"TUDO SOBRE O DÍZIMO"
Capítulo 1 - O Dízimo do Dízimo
A maioria dos “pastores” que tem lido as várias traduções que tenho feito dos artigos sobre o Dízimo, tem desejado me detonar da igreja ou até mesmo desta cidade. Isso é um bom sinal, pois se eu fosse apenas uma velhinha setuagenária inofensiva, do tipo que se ocupa dos netos, da cozinha, do crochê e da TV, eles estariam felizes da vida. Contudo, parafraseando o versículo de Isaías 50:4, posso declarar: ”O Senhor DEUS me deu uma língua erudita, para que eu saiba dizer a seu tempo uma boa palavra ao que está cansado. Ele desperta-me todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que ouça, como aqueles que aprendem”.
Dedico este artigo ao crente cansado da exploração feita por certos “líderes religiosos” ambiciosos, que vivem regaladamente à custa dos semi-analfabetos bíblicos, os quais alimentam e fortalecem as mãos desses “líderes” que não demonstram o mínimo de temor a Deus e amor ao próximo.
Temos aqui mais uma tradução importante, do PhD Russell Kelly, sobre o Dízimo, do artigo intitulado “Should the Church Teach Tithing?”. Vamos deixar que ele fale.
Malaquias 3:10 diz o seguinte: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes”.
Este é o texto bíblico do VT mais citado pelos pregadores do Dízimo no contexto do Novo Testamento. Ao mesmo tempo é o texto mais mal interpretado da Bíblia, pois ele diz o contrário do que os pregadores falam.
O que significa “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro”... Durante mais de 40 anos senti que havia algo errado com a interpretação comum desse texto, só que não conseguia atinar com o fato. Embora, à primeira vista o pregador superficial, o estudante da Bíblia e o leigo, pensem que este verso se explica por si mesmo, a verdade é que ele está muito longe disso.
A pura verdade é que, além deste simples verso, Deus JAMAIS ordenou a qualquer um que levasse TODOS OS DÍZIMOS à “casa do tesouro” em Jerusalém. Vamos repetir: “TODOS OS DÍZIMOS à “casa do tesouro” em Jerusalém. De fato, a verdade absoluta é exatamente o oposto. Vamos ler cuidadosamente a Palavra de Deus.
Na verdade, havia três tipos diferentes de Dízimos exigidos no VT e apenas uma pequena parte do primeiro tipo deveria ser entregue na “casa do tesouro”. Nesse caso, existe algo de sumamente errado com a explanação dos pastores sobre Malaquias 3:10.
O PRIMEIRO DÍZIMO - O Dízimo dos levitas não devia ser entregue à “casa do tesouro” no Templo. Deus ordenou que Israel levasse TODO o PRIMEIRO DÍZIMO aos levitas (não aos sacerdotes), onde estes residiam, isto é, às cidades dos levitas – e Jerusalém não era uma cidade de levitas. Os levitas não habitavam permanentemente na “casa do tesouro”, nem no Templo de Jerusalém. Leiamos Números 18:21: “E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação”.
Agora vamos ler Neemias 10:37-b: “...e os dízimos da nossa terra aos levitas; e que os levitas receberiam os dízimos em todas as cidades, da nossa lavoura”.
Ambos os textos deixam meridianamente claro que os levitas recebiam o Dízimo completo - TODO O DÍZIMO - em suas cidades e não os sacerdotes que ministravam no Templo. Os levitas não eram os sacerdotes que ministravam no altar, os que entravam nos locais sagrados. Eles eram originalmente apenas servos, os quais supunha-se que realizavam todas as tarefas do santuário, mas não os cultos. Após muitos séculos da execução dessas tarefas desagradáveis pelos levitas, eles foram ilegalmente substituídos pelos descendentes dos servos de Salomão... os quais eram escravos ou prisioneiros de guerra. Números 18:21 e Neemias 10:37-b mostram claramente que Malaquias 3:10 obviamente não significa TODOS os Dízimos, inclusive o que pertencia aos levitas.
O SEGUNDO DÍZIM0 - Também não era este – o Dízimo das festas – levado à “casa do tesouro” no Templo. Podemos ler tudo sobre este Dízimo nos versos 6 e 7 de Deuteronômio 12 e em Deuteronômio 14:23, principalmente: “E ali trareis os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta alçada da vossa mão, e os vossos votos, e as vossas ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas. E ali comereis perante o SENHOR vosso Deus, e vos alegrareis em tudo em que puserdes a vossa mão, vós e as vossas casas, no que abençoar o SENHOR vosso Deus.” (Dt 12:6-7).
“E, perante o SENHOR teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer ao SENHOR teu Deus todos os dias”. (Dt 14:23).
Esse Dízimo das festas era trazido “ao local”, isto é, Jerusalém, como uma “oferta nacional de alegria”. Visto como esse Dízimo era sempre de alimentos, ele deveria ser comido ou bebido por todos, nas ruas, enquanto Israel celebrava o tempo de suas festas anuais. Então, o SEGUNDO DÍZIMO também não era entregue na “casa do tesouro”.
O TERCEIRO DÍZIMO – o dízimo dos pobres, era levado ao Templo de Jerusalém. Podemos ler a respeito deste em Deuteronômio 14:28-29 e 26:12-13. Ele era entregue a cada três anos e Deus ordenava especificamente que ele deveria ser guardado “dentro dos portões” do pagador do dízimo para o uso dos levitas e todas as demais necessidades. Então, o TERCEIRO DÍZIMO nem sequer era entregue em Jerusalém e muito menos na “casa do tesouro”.
O verdadeiro significado de Malaquias 3:10 está revelado na expressão “casa do tesouro” e ao que Deus ordenava que fosse entregue à “casa do tesouro”, em Jerusalém. Essa “casa do tesouro” deveria ser apenas o local onde se guardavam os itens pertencentes aos sacerdotes e não aos seus servos - os levitas.
Quem quiser conhecer exatamente o que Malaquias 3:10 significa com a expressão “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro”, precisa ler e estudar os textos seguintes. Neemias 10:35-38 e Números 18:9-32 dão a lista da porção das ofertas e doações destinadas a ser entregues à “casa do tesouro”.
Primeiro, Neemias 10:35 (repetindo Números 18:12-13) ordenava que as “primícias” da colheita da terra deviam ser entregues à “CASA DO SENHOR”, anualmente.
Segundo, Neemias 10:36 (Repetindo Números 18:’5-18) ordenava que o “primogênito” dos animais puros deveria ser entregue à “CASA DO SENHOR”.
Terceiro, Neemias 10:37 ordenava que “As primícias da nossa massa, as nossas ofertas alçadas, o fruto de toda a árvore, o mosto e o azeite, traríamos aos sacerdotes, às câmaras da casa do nosso Deus; e os dízimos da nossa terra aos levitas; e que os levitas receberiam os dízimos em todas as cidades, da nossa lavoura”.
Quarto, Neemias 10:37-b (repetindo Números 18:21-24) ordenava claramente que os dízimos fossem levados - não à casa do tesouro – mas às cidades onde viviam os levitas, enquanto estes não estivessem a serviço, “aguardando” como cantores ou porteiros do Templo. “e os dízimos da nossa terra aos levitas... em todas as cidades da nossa lavoura”. Este fato revela o erro em que, fatalmente, cai a interpretação comum e Malaquias 3:10.
Quinto – Neemias 10:38 (repetindo Números 18:26) ordenava que 1/10 (um décimo), ou seja, o dízimo do dízimo fosse trazido “à casa do nosso Deus , às câmaras da casa do tesouro”. Não era o dízimo integral, não era TODO o dízimo, mas somente a porção dos sacerdotes, isto é o dízimo do dízimo. [Não seria, portanto, justo que os padres e pastores que cobram os dízimos se contentassem apenas com 1% (um centésimo) do nosso rendimento bruto, já que o governo em nosso país leva mais de 37% do que se ganha, em forma de impostos vários? E nem a isso somos obrigados, pois estamos no contexto do Novo Testamento].
Agora ficou bem claro, quando se comparam os textos, que somente era ordenado que se entregasse uma parte dos Dízimos à “casa do tesouro” no Templo, ou seja, o Dízimo dos dízimos, a porção destinada aos sacerdotes. Neemias 12:44 e 12:47 adicionam pouca coisa aos textos supra citados, sem contradizer Neemias 10:37-b. Leiamos: “Também no mesmo dia se nomearam homens sobre as câmaras, dos tesouros, das ofertas alçadas, das primícias, dos dízimos, para ajuntarem nelas, dos campos das cidades, as partes da lei para os sacerdotes e para os levitas; porque Judá estava alegre por causa dos sacerdotes e dos levitas que assistiam ali”. ((Ne 12:44) “Por isso todo o Israel, já nos dias de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava aos cantores e aos porteiros as porções de cada dia; e santificavam as porções aos levitas, e os levitas as santificavam aos filhos de Arão” (Ne 12:47).
Em Neemias 10:35 lemos: “...Que também traríamos as primícias da nossa terra, e as primícias de todos os frutos de todas as árvores, de ano em ano, à casa do SENHOR”. Exceto, é claro, o dízimo dos dízimos destinado aos sacerdotes. Neemias 10:39 diz: “Porque àquelas câmaras os filhos de Israel e os filhos de Levi devem trazer ofertas alçadas do grão, do mosto e do azeite; porquanto ali estão os vasos do santuário, como também os sacerdotes que ministram, os porteiros e os cantores; e que assim não desampararíamos a casa do nosso Deus”. Nos versos 12:44-47 ficamos sabendo “como” e “quando” os sacerdotes e alguns cantores e porteiros trabalhavam no templo e deviam ser sustentados.
Conquanto a maioria dos levitas guardasse 90% dos dízimos nas cidades em que moravam, para a sua própria manutenção, o verso 12:47 diz que eles enviavam “diariamente” alimento àqueles que estavam aguardando a sua rotação no Templo: “Por isso todo o Israel, já nos dias de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava aos cantores e aos porteiros as porções de cada dia; e santificavam as porções aos levitas, e os levitas as santificavam aos filhos de Arão”.
Isso quer dizer que o grosso da arrecadação, a porção maior do dízimo total ficava nas cidades dos levitas.
Russel Kelly, Phd/Mary Schultze, 2003.
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Capítulo 2 - Reflexões sobre o dízimo
Tenho recebido muitos e-mails de irmãos evangélicos, principalmente de pastores neopentecostais, defendendo, com a maior garra, a obrigação do crente entregar o dízimo.
Em geral esses pastores – ávidos de lucro financeiro – procuram na Bíblia, obviamente no Velho Testamento - versículos que mostram como o crente tem obrigação de entregar o dízimo pois, se não o entregar, o “gafanhoto devorador” vai consumir tudo que ele conseguir ganhar na vida e nenhuma bênção ele vai receber de Deus, simplesmente porque não obedeceu esse mandamento do Velho Testamento e, desse modo, pode até perder a salvação. O que esses pobres iletrados bíblicos ignoram é que o dízimo não é, de modo algum, uma doutrina do Novo Testamento. Ele é uma doutrina do Velho Testamento. Jesus elogiou a viúva que “deu tudo o que tinha” porque Ele viera para cumprir toda a lei e o Novo Testamento, que o próprio Jesus iria escrever com o seu sangue, ainda não havia sido escrito. Além disso, nosso Senhor Jesus Cristo declarou que “a lei e os profetas vigoraram até João” (Lc 16:16). Portanto, se um crente não entregar o dízimo, de modo algum vai perder a salvação. Não é decente um pastor arrancar 10% de um pai de família que ganha menos de 3 salários mínimos, para sustentar uma família de 3 ou 4 pessoas, e ficar por aí exibindo carro do ano, morando em apartamento de classe média ou luxo, fazendo viagens caras, enquanto os membros do Corpo de Cristo passam necessidade. Isso para mim é engodo religioso e não posso aplaudir uma denominação que age desse modo.
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Capítulo 3 - Ainda sobre o Dízimo
Meu artigo sobre o dízimo, que nem cheguei a ler no jornal, foi motivo de alguns telefonemas e causou o maior espanto entre os pastores “pedintes” do dízimo e os crentes “entregadores” do mesmo. Uma coisa é certa. O dízimo não é uma doutrina do Novo Testamento. É doutrina do Velho Testamento, e Jesus disse que a Lei e os profetas vigoraram até João. Paulo nos aconselha, em Gálatas 5:1: “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão”. Isso quer dizer que nenhum cristão deve ficar sob o jugo de coisa alguma, nem mesmo da Igreja, pois é livre para fazer o bem. Deve praticar boas obras, dar o dízimo, SE QUISER, mas somente a uma coisa ele está obrigado - é a amar o próximo, conforme declaração do mesmo Paulo, em Gálatas 5:14: “Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”.
Há poucos dias, um pastor da cidade, falando diante do esquife de um membro de sua Igreja, fez esta espantosa declaração: “Era um membro fiel e digno de imitação... entregava pontualmente o dízimo, etc.” Pelo visto, esse pastor acredita piamente na salvação pelas obras da lei, pois essa ovelha que estava sob o seu cajado, tendo entregado pontualmente o dízimo, é “digna de imitação” e, portanto, da salvação.
Conheço uma porção de gente que foi excluída da Igreja, do Rio Grande do Sul até o Amazonas, por não ter aderido ao espúrio Movimento G-12. (D. Mariquinha foi considerada “persona non grata” no CAPETA, onde se reúnem os pastores desta cidade, porque escreveu contra o G-12). Só que, por trás da exclusão dessas pessoas havia um fator interessante: algumas não eram dizimistas. Por isso os pastores “castellanos” aproveitaram a desculpa, a fim de excluir esses membros de suas Igrejas, pelo crime de não adesão a um movimento ocultista, perigoso e “rachador” de igrejas evangélicas.
Não foi à toa que Jesus chorou diante do túmulo de Lázaro. Ele é o autor da vida e detesta todo tipo de pecado porque o pecado gera a morte. Imaginem se Ele tivesse chegado diante do túmulo de Lázaro, em Betânia, e tivesse gritado: ”Lázaro, já que você foi um judeu exemplar, que sempre entregou fielmente o dízimo, eu ordeno: levante-se dessa laje sepulcral e venha para fora!”
Não seria esse o nosso Grande Deus e Salvador, Jesus Cristo, o Criador e Sustentador do universo. Seria o “outro Jesus”, o Jesus dos que recebem uma corrompida interpretação de Sua Santa Palavra. Seria o Jesus que precisa da senhora mãe dele para colaborar na salvação dos pecadores. Seria o Jesus que deixou um homem pecador e corrupto como o Seu vigário na terra, dirigindo uma igreja que mente, mata e destrói em Seu Nome, vendendo salvação aos tolos que não sabem manejar bem a Palavra de Verdade. Seria, enfim, um Jesus exigente do dízimo, que não iria andar sobre uma cria de jumento, mas num “Rolls Royce”, igual ao da Rainha Elizabeth II.
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Capítulo 4 - Voltando ao dízimo
Há poucos dias encontrei na Av. Lúcio Meira uma senhora que trabalha como vendedora numa loja da cidade. Ela me parou para saber o que havia acontecido com o meu rosto, ao ver as marcas do acidente. Depois que lhe expliquei o desastre sofrido, ela me contou que estava de férias e que o seu patrão lhe havia dado um cheque pré-datado no valor das mesmas. Acrescentou que estava com sérias dificuldades porque o pastor (baixo pentecostal) da igreja da qual ela é membro lhe havia exigido, antecipadamente, o dízimo das férias e ela ficara praticamente sem dinheiro para a alimentação dela e dos filhos.
Expliquei-lhe que o dízimo não é doutrina do Novo Testamento e que ela fizera mal em dar o mesmo antecipadamente ao tal pastor e que deveria antes ter consultado a Bíblia para saber se ele estava agindo corretamente.
O teólogo batista Júlio Carrancho, de Joanesburgo, fala bem sobre o assunto:
Muitos grupos entre as igrejas protestantes insistem que o membro é (ou deve ser) forçado a dar o dízimo, o qual, ensinam eles, faz parte dos mandamentos de Deus para a igreja. Nada mais errado! Já explicamos várias vezes o que o dízimo é, mas resumamos aqui o assunto.
1. O dízimo era um sistema de contribuição ordenado por Deus, a fim de sustentar, a tribo dos Levitas na nação de Israel, a qual fora encarregada de operar o Tabernáculo em todas as suas funções, e não recebeu qualquer herança de terras.
2. O Senhor Deus ordenou que o dízimo fosse apenas 10% do total das colheitas e dos rebanhos criados anualmente.
3. O Israelita ficaria, portanto, na posse dos 90% restantes para seu uso pessoal.
4. Pregar sermões sobre o dízimo é totalmente contra as Escrituras. A pregação deve concentrar-se unicamente sobre a simplicidade do evangelho, excluindo tudo o mais, seja dízimos, finanças, política e outras matérias prejudiciais.
5. Levantar a oferta durante o culto é um erro gravíssimo na igreja protestante, especialmente quando é feito antes do sermão, levando o crente a imaginar que ele tem a obrigação de sustentar o sermão com dinheiro!
6. No caso de estar presente no culto um convidado, ao qual é pedido (discretamente, claro) para contribuir com oferta para um grupo ao qual nem sequer pertence, isso é uma gravíssima falta de consideração e de boas maneiras. Infelizmente as igrejas protestantes de hoje estão reduzidas a essa indesculpável falta de educação.
7. O dízimo não faz parte do Novo Testamento, nem foi sancionado pela igreja, visto como a igreja não é Israel. Paulo dedica o capítulo 9 da II Coríntios ao assunto das ofertas que seriam destinadas ao socorro dos irmãos de Jerusalém e nunca menciona o dízimo. O mesmo acontece em Filipenses 4:10-19. A igreja primitiva afastou-se do princípio dizimista por razões obvias: era um sistema que tinha morrido com a Dispersão de Israel, devido à desobediência aos outros mandamentos mais importantes, tais como repudiar a idolatria. Os judeus que ocupavam a Palestina ao tempo de Jesus já pagavam um pesado tributo a Roma, o que os deixava com menos de 90% estabelecido para a nação de Israel. Embora dessem o dízimo de tudo, Deus já não apreciava tal ritual.
8. O mesmo acontece hoje. O cristão é obrigado a contribuir, para o estado onde vive, com muito mais que os 10% que era a norma em Israel [Na Alemanha, por exemplo, o desconto para o estado chega a 40% dos vencimentos do trabalhador] Assim, o cristão jamais pode obedecer a norma dos 10%, pois também os 90% não lhe estão garantidos ou reservados. Daí, o sistema cair em desuso por ser impossível praticá-lo. Deus foi justo com DEZ POR CENTO, assim como foi justo com os NOVENTA POR CENTO que ficavam! Mas a igreja de hoje é desonesta nessa matéria!
9. O princípio cristão encontra-se determinado em 2 Coríntios 9:7. “Deus ama ao que dá com alegria”. Alguns grupos vão ao extremo de insistir que o membro tem a obrigação de contribuir com 10% do grosso! Tal absurdo é o que leva muitos observadores a rejeitar grupos de igrejas e acusá-los (justamente) de mentirosos e exploradores.
10. Usar Mateus 22:21 para defender o dízimo é um absurdo teológico, mas, infelizmente, as igrejas que o defendem não poupam esforços para justificar passagens como esta. A palavra DÍZIMO não aparece no versículo e Jesus não estava a instruir a igreja que ainda não existia. César, de fato, levou para Roma tudo o que lhe pertencia como conquistador, conforme Jesus avisou, destruindo o templo e rapinando toda a sua riqueza e glória.
11. Usar Malaquias 3:10 é outra heresia praticada por quase todas as denominações. A passagem nada tem a ver com a igreja, e lendo cuidadosamente o contexto, a razão da exclamação de Deus salta à vista! Que horrível heresia e falta de educação do ministro ir a ponto de acusar a congregação de roubar a Deus quando, muitas vezes, o grupo desperdiça milhares em vaidades humanas e, até, o ministro não passa de um mercenário que não ama as ovelhas do seu rebanho, antes as maltrata!
12. Leia Deuteronômio 14:28-29 e imagine a impossibilidade de praticar o dízimo no presente, fora da nação de Israel do passado.
13. Como grande parte das heresias, forçar a igreja a pagar o dízimo foi ressuscitado na seita de Roma [ICR] no tempo do Sínodo de Macon – 585 DC. O católico foi instruído a pagar o dízimo sob pena de excomunhão, o que aterrorizava o povo simples e iletrado do Catolicismo. “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”, 1 Timóteo 6:10. Mais tarde, o confessionário iria reforçar aquela obrigação fiscal à diabólica seita do papa, com ameaças de grave pecado, caso não fosse obedecido. Pelo tempo de Carlos Magno (século 8), as nações católicas eram forçadas a contribuir com o dízimo para os cofres de Roma. O “Sacro Império Romano” praticou por séculos o assalto à bolsa e à propriedade dos seus cidadãos. A Inquisição aumentou em muito o patrimônio papal, à custa de suas expropriações, Indulgências e ROUBOS, em nome do papa. A partir do século 16, os Anabatistas começaram a pregar contra o sistema fiscal dos papas e, após a Reforma, esse abuso diminuiu nos países libertados de Roma. O Concilio de Trento (século 16) decretou que era crime reter o dízimo. A Revolução Francesa acabou com o “Sacro Império Romano” e o sistema fraudulento de cobrança de dízimos acabou por aí.
14. Reter o dízimo não é pecado nenhum! Dar meio por cento, 10% ou mais fica a critério de cada um, segundo 2 Coríntios 9:7 (não dar nada também não é pecado! Muitas vezes o sermão não vale mais que ¼ da moeda que se colocou no prato da oferta!). Ameaçar os crentes com o dízimo (ou com Malaquias 3:10) é um PECADO GRAVÍSSIMO e extremamente reprovável das igrejas protestantes! Alem de ser falta de amor, respeito e educação por parte daqueles que insistem nessa heresia! A maior parte do dinheiro coletado hoje é para usar mal e/ou enterrar em propriedade ou outras vaidades das igrejas. Alguns grupos têm tantas propriedades que se os membros deixassem de dar oferta, a venda dessas propriedades manteria a inútil liderança por várias décadas. As igrejas protestantes seguem de perto a vaidade dos papas com as suas catedrais e outros monumentos, até chegar “César” e destruir tudo [O que deve acontecer em breve, com o novo governante mundial da União Européia, o Estado Católico Mundial do Vaticano]. Os grupos carismáticos, os neopentecostais e outros, além de ofenderem/roubarem os seus membros com pregações acerca de dinheiro, contribuem para a desonra do evangelho e é necessário repreendê-los por tal ofensa."
Como vemos, Júlio entende do assunto e estou transmitindo suas palavras aos amigos e irmãos em Cristo, a fim de que consultem a Bíblia e tomem sua decisão, quando forem importunados por algum pastor malandro, que, muitas vezes, até ganha da autoridade central de sua denominação uma comissão sobre o que consegue extorquir dos seus membros.
Conhecemos uma denominação séria pelo que ela exige, materialmente, dos seus membros. Se ela vive exigindo dinheiro, é duvidosa. Se prega, simplesmente, o legítimo evangelho da salvação, é séria. A escolha fica a critério dos leitores.
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Capítulo 5 - Abraão e o Dízimo
Sou contra a exploração dos pastores “malaquianos”, que nunca pregam a Palavra Santa, usando o tempo em que ficam lá em cima, no púlpito, fazendo “comercial” em favor dos dízimos e ofertas, falando que o crente tem obrigação de dar o que tem, e até mesmo o que não tem, deixando de pagar o aluguel e as prestações que os brasileiros das classes média e pobre têm aos montes, obrigando-os, por medo de serem amaldiçoados, a dar 10% do seu ganho mensal à igreja. Como esclarece o teólogo Júlio Carrancho, vejamos o caso de Abraão.
Segundo Abraão, basta dar o dízimo UMA VEZ e está o caso resolvido para a vida inteira! ... Abraão não deu o dizimo à igreja! Nem era salvo tão-pouco! Não deu o dízimo em “cash”, nem do que tinha antes, apenas dos despojos da guerra. (Você, por acaso, já foi a alguma guerra aqui no Brasil, em favor de um parente ambicioso, como era o sobrinho de Abraão?]
Se Abraão aparecesse na igreja hoje iria ficar psicologicamente alterado por fazerem tanta “história” da única vez que ele [cuidadoso com o seu patrimônio, como a maioria dos judeus] dividiu alguma coisa com alguém! [Ele era tão rico que não tinha mais lugar para tanto gado, ouro e prata, podendo, desse modo, dispensar os despojos de guerra, com a maior generosidade!]
Provavelmente, ao ver as igrejas de hoje, Abrão diria: “Mas... o que é isso meu Deus!”. Também, se ele soubesse o que se faz hoje com os dízimos e as ofertas, ele teria dado o dízimo a Melquisedeque, mas... às escondidas!
Certa vez chegaram 3 obreiros de uma igreja “malaquiana”. Estavam muito angustiados, citando Malaquias 3:8-10 o tempo inteiro. Os pastores dessa denominação têm exigido cada vez mais a entrega dos dízimos e das ofertas, além da participação nas campanhas de “bênção”, o que lhes tem trazido sérios apertos financeiros.
Expliquei-lhes a situação dizendo:
Que Malaquias 3 foi escrito para os judeus (e não para os gentios), num contexto completamente diferente do nosso, quando havia apenas esse imposto, enquanto hoje temos mais de 50 impostos diferentes a pagar e somos obrigados a contribuir com pelo menos 37% do que ganhamos.
Que as igrejas que exigem dízimos e ofertas são dirigidas por pastores ambiciosos, muitas vezes sem um curso teológico, os quais começam com uma igrejinha de fundo de quintal e cinco anos depois já possuem um belo templo, carro de luxo, casa bonita e se vestem com ternos de marca, uma coisa que a grande maioria das pessoas, mesmo depois de 30 anos de trabalho, trabalhando mais de 10 horas por dia, jamais podem comprar.
Que sendo Deus o dono de toda a prata e de todo o ouro do universo (Ageu 2:8), Ele não precisa do dinheiro de ninguém.
Vamos ajudar os missionários que estão gastando suas vidas nos países insalubres, ganhando almas para Cristo. Vamos ajudar os irmãos carentes, que ganham salário mínimo para sustentar uma família e na maioria das vezes até estão desempregados ou sem aposentadoria.
Quando se fizer tudo isso, se ainda sobrar algum dinheiro, que se dêem ofertas para ser construído um novo templo e que se dêem até presentes caros ao pastor.
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Capítulo 6 - Quem está roubando quem?
Testemunho: Tenho pesquisado bastante o assunto do Dízimo, o qual os pastores vivem cobrando dos membros de suas igrejas. Converti-me há 26 anos e durante 20 anos entreguei pontualmente 10% do meu rendimento bruto à denominação que freqüentava. Depois deixei de entregar, a fim de poder ajudar no sustento de minha mãe enferma, conforme a ordem do Senhor Jesus Cristo, em Mateus 15:1-9 e Marcos 7:10-13.
Vamos calcular quanto eu entreguei à igreja, nesses 20 anos de contribuição, na base de 12 salários anuais (ao valor de hoje), sem mencionar as ofertas que, muitas vezes, eram até bastante generosas. Em 20 anos, temos 240 salários, que ao valor atual dariam uma soma de R$57.600,00.
Trabalhei durante 36 anos – de 1958 a 1994 – para no final de todo esse tempo possuir somente um galpão no valor de R$31.000 e um apartamento no valor de R$45.000, ou seja, consegui adquirir dois bens imóveis no valor total de R$ 76.000, em todos esses anos de luta constante.
Se em 20 anos entreguei 240 salários de dízimo, isto é, R$ 57.600, isso quer dizer que a igreja levou, proporcionalmente, muito mais do que consegui juntar para garantir a minha velhice. Se em 36 anos só consegui economizar R$ 2.110 anualmente, a fim de garantir a velhice e, por outro lado, entreguei à igreja uma média de R$ 2.880 anuais, isso quer dizer que dei mais do que deveria ter dado!
Para convencer os crentes de que Deus somente abençoa a quem entrega o Dízimo, os pastores costumam usar três versos do VT – Malaquias 3:8-10 – os quais nada têm a ver com o crente remido no sangue do Senhor Jesus Cristo. Malaquias é um livro do VT e os crentes vivem no contexto do NT. O Dízimo é obra e Jesus disse: “A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.” (João 6:29). O Dízimo é sacrifício e em Hebreus 13:15, lemos “Portanto, ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome”.
Isto sem falar que Malaquias 3:8-10 se refere ao Dízimo do Dízimo dos levitas (entregue em forma de mantimentos) e não a 10% do que os judeus ganhavam (Vejam o capítulo 1).
Se os pastores fossem mais honestos e pedissem, digamos (mesmo que indevidamente), 1% do que os membros de suas igrejas ganham, isto até seria aceitável.
Primeiro, porque os crentes já pagam cerca de 37% ao governo, na forma de vários impostos. Se derem mais 10% à igreja, vão ficar sem um mínimo de economia para a velhice, num país onde os aposentados vivem quase a pão e água. Ou então vão passar fome, antes de chegarem à velhice. Segundo, porque na base de 1% todos poderiam contribuir (e não apenas os mais fanáticos) e a igreja poderia prosperar mais do que extorquindo 10% do bruto de uma minoria (cerca de 1/3) desavisada, que imagina ter um Deus quitandeiro, desejando abençoá-la, com algumas cenouras e repolhos de bênçãos, contanto que ele faça uma troca...
Terceiro, mesmo que o Dízimo fosse uma doutrina constitucionalmente correta do NT, entregá-lo não nos acarretaria bênção alguma, além das que já recebemos quando nos tornamos filhos de Deus, através da conversão ao Senhor Jesus Cristo. Efésios 1:3 diz o seguinte: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo.”
Vocês vão dizer que o dízimo é imprescindível, pois sem ele a igreja não poderia se manter. Ora, se uma igreja média, com 1.000 membros ganhando uma média de 3 salários cada um, recebesse 1% desses R$ 720 de cada um, teríamos uma renda bruta de R$ 720.000 e % desse valor daria R$ 7.200 mensais. Se o pastor ganhasse um salário menos nababesco, se as igrejas fossem menos suntuosas e se os crentes tivessem boa vontade (quem não é obrigado a coisa alguma sempre tem boa vontade), estes poderiam contribuir com outro tanto em ofertas para as despesas da igreja. Mesmo porque os crentes sempre trabalham de graça nas igrejas, exceto o pastor... Então, porque ele também não arranja um empreguinho lá fora, já que tem tempo de sobra para trabalhar? Por que somente os membros são obrigados a trabalhar de graça? Porque só os “mortais comuns” declaram a Receita Federal seus rendimentos e os líderes religiosos descumprem a lei dos homens e de Deus e não declaram seus “salários” se tornando assim transgressores de Palavra de Deus de Romanos 13:7 “Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra” .
Só é abençoado quem entrega o Dízimo? Que lorota boa!
Se Deus Pai já nos abençoou com todas as bênçãos espirituais através do Seu Filho amado. Se Jesus ensinou que devemos buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça e que “tudo o mais nos será acrescentado”, do que mais precisamos neste mundo? Para conseguirmos bênçãos materiais, devemos trabalhar arduamente, pois quando trabalhamos sempre conseguimos progredir, de um modo ou de outro. O crente sincero que não bebe, não fuma e nem gasta com outros vícios, obviamente vai prosperar mais do que um incrédulo que se permite todo tipo de vício, alguns achando que na hora da morte vão receber a “Extrema Unção” de um padre qualquer, ficando garantidos, para uma boa temporada no purgatório. Outros achando que vão reencarnar e, finalmente, outros que acham que não existe Deus nem inferno e, portanto, podem pintar e bordar, pois tudo acaba na hora da morte, etc. Os crentes cometem dois graves pecados, que deveriam ser evitados: comer demais e comprar mais do que podem pagar.
O Dr. Paulo Breda, Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, certa vez me contou uma história interessante. Ele viajara entre o RJ e Fortaleza com Edson Queiroz, o homem mais rico do Ceará. Pregou o evangelho e Edson já ia aceitar Jesus, pois dizia ter a certeza de Sua divindade, quando se lembrou de perguntar: “Reverendo, se eu me tornar protestante, serei obrigado a dar 10% dos meus ganhos à igreja?” O Dr. Paulo confirmou, o homem desistiu e algum tempo depois pereceu num acidente de avião. Não deu o Dízimo, mas deixou uma excelente universidade para os jovens cearenses. Será que isso não vale mais do que o Dízimo que ele poderia ter entregado à igreja? Será que ele foi para o inferno, mesmo crendo na divindade do Senhor Jesus Cristo (verdade em que a maioria dos pastores modernos não crê)?
Meu irmão, os pastores inventaram a lorota de que nós, os crentes, somos o “Israel de Deus” e, portanto, temos algumas das obrigações da Lei de Moisés. Isso não é bíblico. Já perceberam como esses pastores quase nunca usam as Cartas de Paulo, preferindo os livros do VT? Nós somos a “Igreja do Senhor” e não o “Israel de Deus”. Com Israel Ele voltará a tratar na futura dispensação da Fé mais obras (após o arrebatamento dos crentes), enquanto agora vivemos na dispensação da graça da fé em Cristo Jesus e não temos obrigação nenhuma com a Lei, devendo apenas crer em Jesus Cristo como o nosso grande Deus e Salvador, o qual nos remiu pelo Seu sangue precioso. (Por que os pastores nunca pregam Atos 16:30-31, hem?)
Quem crê realmente no Senhor Jesus, lê a Sua Palavra diariamente e leva uma vida reta diante de Deus e dos homens, não precisa ficar tentando COMPRAR bênçãos nem favores de Deus, porque Ele já nos abençoou com todas as bênçãos espirituais em Cristo! E seremos julgados pela Palavra (João 12:48), não pelas obras que fizermos em benefício de organizações eclesiásticas.
No culto matinal numa cidade da África do Norte - um pastor queria que os pobres daquela localidade dessem tudo que haviam ganho na semana... em troca de bênçãos. E os infelizes, que já passam a mingau de farinha, água e sal, foram dando o que tinham e o que não tinham. Isso é justo? Ele citou Mateus 19:21, dizendo que o “jovem rico” se perdeu porque não deu tudo que tinha a Jesus. Ele errou em dois pontos:
1. Jesus não disse que o jovem se perdeu, mas que “ele se tornaria perfeito” se vendesse o que tinha e desse...
2. “aos pobres”... Não a uma igreja rica, cujo líder tem apartamentos e casas de luxo nos centros mais sofisticados do planeta.
A viúva pobre (Lucas 21:2-4) foi elogiada por Jesus porque deu tudo o que tinha ao templo como o Dízimo trienal que os judeus costumavam dar.
Quem pesquisa a Palavra Santa nunca se deixa enredar nas malhas dos pastores mencionados na 1 Timóteo 6:10, os quais, infelizmente, são maioria!
Uma igreja séria jamais fala em dinheiro durante o culto e se precisa fazê-lo, que seja durante uma reunião de líderes, os quais podem transmitir as “novidades” financeiras aos membros. Igreja que explora os membros é apenas uma entidade “financeira”, coisa muito comum entre as chamadas “igrejas neopentecostais”, onde a base de tudo é a cobrança de dízimos e ofertas.
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Capítulo 7 - Igrejas Ocultistas
Minha amiga S.B.P. deixou de freqüentar uma dessas igrejas neopentecostais, cujos pastores costumam “ceifar” os crentes pelos “quatro ângulos”, porque ficou revoltada com a ganância dos pastores da mesma. Ela me enviou uma apostila (cheia de erros de português) em que um desses “pastores” cita sempre determinados versículos do Velho Testamento, a fim de convencer os membros de sua igreja a dar, não apenas os dízimos, mas ainda o que ele chama de “as primícias”, extorquindo dos pobres analfabetos bíblicos tudo que eles têm de valor, isto é, imóveis, carros, relógios, jóias, dinheiro, etc. Os versículos preferidos são: Êxodo 34:26; Levítico 23:10; Números 18:28-32; Deuteronômio 18:3-4 e 26:1-4,10; 1 Samuel 2:30; 2 Crônicas 31:5; Neemias 10:35-37 e 13:11-14,31. Isto para citar apenas alguns. O Novo Testamento nunca é mencionado. Isso porque a doutrina do dízimo pertence ao Velho Testamento e esses “pastores” são todos corrompidos.
Vou citar algumas frases da carta de S.B.P., pois fiquei simplesmente chocada com a COMERCIALIZAÇÃO do evangelho do Senhor Jesus Cristo, que disse aos apóstolos: “De graça recebestes, de graça daí.” (Mateus 10:8-b). Vejamos algumas das informações de S.B.P.:
1. Esses “pastores” citam todos os versículos bíblicos que falam em primícias, doação de bens, dízimos, tudo que signifique “dar” para a obra deles, porém jamais citam pelo menos um versículo da Bíblia dizendo que o serviço na Casa de Deus era feito com transferência, isto é, que o dinheiro era empregado para auxiliar órfãos e viúvas desamparados.
2. Certa vez a pastora de uma delas me disse, quando eu era tesoureira, e insisti em que deveríamos prestar contas do dinheiro aos membros: “Nesta denominação não existe isso. Tudo tem que ser trazido à Casa de Deus, sem questionar o pastor!” Por isso entreguei o cargo. Não creio que Deus se agrade de trapaça, embuste, ou qualquer tipo de mentira, principalmente entre o povo de Deus.
3. Uma parcela insignificante, aliás mínima, é empregada na igreja, visto como tudo tem que ser doado pelos membros, inclusive o vinho da Santa Ceia. Os pastores fazem campanha para tudo: material de limpeza, pintura do templo, água, luz, etc.
4. O dinheiro arrecadado vai, quase todo, para os bolsos dos “pastores”, a fim de manter o conforto destes, enquanto o povo continua sendo cada vez mais explorado. Os filhos adolescentes desses pastores estudam em bons colégios, não prestam qualquer serviço à igreja e ainda ficam se divertindo à custa dos pobres crentes que são ludibriados pelas pregações antibíblicas desses “filhos de Eli”.
S.B.P. continua dizendo:
Quero falar ainda de outra igreja em que o “pastor”, vindo de Belo Horizonte, criou a chamada “Campanha da Revolta”. Ele iniciava os cultos gritando e incitando os membros a gritar: “Estou revoltado!”, ao mesmo tempo em que esmurravam três vezes o ar, ritual (ocultista pagão) que se repetia várias vezes durante o “culto”. Os membros da “igreja” ganhavam um lencinho ungido, em cada culto, no qual deveriam ser escritos todos os seus problemas. No final da campanha, cada lenço era queimado, enquanto as cinzas, depois de ungidas novamente, eram sopradas para dentro de suas casas, a fim de que todos os problemas fossem solucionados (isso é muito pior do que paganismo romano! Lutero morreria de vergonha desses seus “colegas”).
Além da história do lenço, havia ainda aquela “experiência” de chamar as pessoas à frente, soprar fortemente sobre as mesmas, a fim de que fossem forçadas a “cair para trás”, o que era explicado como a “posse do Espírito Santo” nessas pessoas. Para tanto, um diácono já ficava atrás de cada “vítima” do tombo, aguardando, a fim de ampará-la quando caísse “pelo poder”.
Outra manobra usada com freqüência era o pastor apontar certas pessoas no auditório, dizendo que Deus estava revelando algo a respeito delas. Geralmente essas pessoas já haviam conversado antes com algum obreiro, relatando os seus problemas, o que facilitava grandemente as “revelações” do referido pastor.
No final dos “cultos”, frases como: “Não aceito... Eu declaro... Eu determino... Estou revoltado...” continuavam a ser repetidas aos berros, a fim de despertar o “deus” surdo dessas “igrejas”, porque ele poderia estar dormindo, viajando ou, até mesmo, no banheiro e, portanto, os pastores e membros da igreja tinham de gritar bem alto, a fim de chamar a atenção dele (1 Reis 18:17-38).
Esses pastores gostam muito de citar Deuteronômio 29:29: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras da lei”, cuja significação desconhecem totalmente.
Outro expediente (muito usado numa “igreja” de Juiz de Fora, MG) foi a venda de “tapetes ungidos”, sobre os quais o crente deveria orar fervorosamente pelos problemas familiares, para que estes fossem depressa resolvidos.
Como vemos, minha amiga S.B.P. teve de sair correndo desse tipo de igreja ocultista, onde não é o Espírito Santo quem age, no sentido de louvar e glorificar o Nome de Jesus (mas o “espírito profano”, aquele que jamais convence pessoa alguma do pecado, da justiça e do juízo, dando respaldo a esses pastores que atacam pelos quatro ângulos) Esses pastores malaquianos terão de enfrentar o julgamento do Senhor Jesus Cristo, de cujo Nome têm abusado iniqüamente. Nessa hora, sem dúvida alguma, eles irão escutar do nosso Senhor Jesus esta sentença eterna: “...Nunca vos conheci, apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mateus 7:23).
Nota: Segundo informação colhida na Internet, esta denominação foi fundada por Aimée McPherson, uma americana que morreu de overdose de drogas... Pelos frutos conhecereis a árvore...
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Capítulo 8 - Igrejas Ceifeiras
(Sátira evangélica)
D. Mariquinha foi convidada por uma jovem simpática para ir a um culto na “igreja” que ela freqüenta. Essa é uma das igrejas “ceifeiras”, entre as dezenas de outras que existem nesta cidade. Mal o culto começou, depois de uma oração decorada e feita em voz altíssima, a fim de impressionar os analfabetos bíblicos que ali se encontravam, o pastor da “igreja”, um “afro” gordo e suado, foi gritando:
“Quem quiser ficar rico, venha congregar nesta igreja porque aqui Deus é mais generoso do que em qualquer outra dessas que existem por aí...”
A maioria dos presentes estava, de um certo modo, acreditando nos méritos daquele pastor, diante de Deus. O homem orava em voz alta, pedindo que o Senhor abençoasse todos os que ali estavam e, principalmente, os que fossem “generosos”, dando o que podiam e até o que não podiam dar. Curioso é que ele falou que Deus é o “dono de todo o ouro e de toda a prata do universo” e que é um absurdo o seu povo não usufruir plenamente desse tesouro. Ele só esqueceu de acrescentar que, como Deus é dono de toda a riqueza do universo, Ele não precisa do dinheiro dos crentes e, portanto, ninguém deve fazer sacrifício financeiro para agradar a Deus. Quem quiser pode ler em Hebreus 13:15 que “o sacrifício de louvor a Deus é o dos lábios que confessam o seu nome”. Em Romanos 12:1 “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”. Aqui não se lê que o crente precisa dar sequer um centavo para agradar a Deus.
Quando ele disse que a miséria é obra do diabo, até que não mentiu tanto. Realmente, o diabo (da cobiça) é quem promove no coração dos homens a desmedida ambição por dinheiro, impedindo-os de serem honestos. Para afastar o poder do diabo, o pastor conclamou os presentes a formar um “túnel de fogo”. Imediatamente, os obreiros de ambos os sexos, vestidos a caráter, dispuseram-se em duas filas, uma de frente para a outra, entrelaçando as mãos, como numa quadrilha junina. Os crédulos presentes, na esperança de dias melhores, começaram a atravessar o túnel de fogo, enquanto o pastor, acompanhado por um órgão eletrônico, gritava, na maior exaltação: "Senhor, manda logo uma resposta. Lembra que nós não estamos invocando Baal aqui, não! Estamos Te invocando para receber saúde e prosperidade para essa gente boa, que está dando o seu último Real pra tua glória!”
Aqui ele esqueceu que esse dinheiro não será empregado para a glória de Deus, mas na conta dele, pois as obras de sua mansão, num bairro de luxo da cidade, estão inacabadas e ele está precisando ainda de uns 100 mil Reais para o acabamento final.
“Senhor, tu tens obrigação de dar tudo que a gente pedir porque Tu és Deus e Deus pode tudo!”
Aqui ele esqueceu que Deus não tem obrigação de dar-nos coisa alguma. Ele já nos deu o maior presente do universo, que é a salvação em Cristo. O resto a gente tem de fazer por onde conseguir. Quem leva uma vida reta diante de Deus e da comunidade, claro que prospera mais do que quem anda gastando dinheiro com futilidades. Quem não bebe, não fuma e nem freqüenta discotecas e outros antros de perdição, não gasta o dinheiro da comida com os vícios e, por isso, prospera, mesmo que seja em câmera lenta.
Após a “dança macabra” dentro do túnel, os crédulos presentes foram comandados a escrever setenta vezes o próprio nome numa folha de papel. Depois os obreiros passaram pelos bancos, “ungindo” a testa de cada membro da “igreja” com óleo de soja barato. O pastor garante que esse óleo é de oliva, é ungido e veio diretamente de Jerusalém. A “festa” de baboseiras prosseguiu com o pastor gritando:
“Quando vocês passarem em frente a uma casa bonita, olhem para ela e digam: Deus vai me dar uma casa melhor do que essa!”
Em seguida, para convencer os presentes, ele contou uma história mais melosa dos que as histórias de santos católicos, tipo a de Sta. Tereza, que conversava com Deus, quando estava em êxtase, etc. Só que ele não sabe, ou faz que não sabe, que crente nenhum pode entrar em êxtase, pois isso é doutrina do ocultismo e a Bíblia proíbe totalmente qualquer envolvimento com o mesmo.
Uma coisa é certa. Pode ser que os pobres membros daquela “igreja” não tenham conseguido melhorar de vida... Mas o pastor da “igreja”, sim. Apurou uma nota preta, naquela noite, e comprou logo uma cozinha americana na loja de material mais próxima de sua casa. E ficou pensando: “Como Deus é bom! Há cinco anos eu não tinha onde cair morto. Hoje tenho um carro de luxo, um apartamento de dois quartos, uma boa grana no banco e agora estou quase terminando uma casa maravilhosa, pois um pastor não pode viver na pobreza, senão desabona o nome de Deus!”
O próximo passo desse pastor vigarista vai ser uma viagem a Miami, pois pastor que nunca foi a Miami não é muito respeitado pelos “colegas”. De Miami poderá trazer umas torneiras de inox douradas, iguais àquelas de outros pastores (estes abriram suas “igrejas” há mais de vinte anos), que vivem no maior luxo na Flórida, à custa dos analfabetos bíblicos, que acreditam mais em lorotas de pastor “evangélico” do que nas verdades bíblicas. Eles pensam ingenuamente: “Ora, se o pastor falou então é porque Deus disse. A Bíblia é muito complicada. Melhor a gente não ler para não se confundir”.
Essa tem sido a maneira pela qual, durante dezesseis séculos, a Igreja de Roma engana o seu povo. Ela ensina que somente a hierarquia romana pode interpretar a Palavra de Deus. Por isso os seus hierarcas deitam e rolam sobre as verdades divinas, acrescentando, subtraindo, “interpretando” e fazendo tudo que for proveitoso para explicar os seus dogmas fraudulentos. Os papas romanos são, de fato, infalíveis na disseminação da mentira religiosa. Por outro lado, os tais “evangelhos” da fé e da prosperidade são um vômito aos olhos de Deus e é provável que, brevemente, Ele dê um basta na exploração que esses “legionários” estão fazendo em o Seu Santo Nome!
(Inspirado em artigo da revista “Veja”, edição 1.794, de 19/03/03
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Capítulo 9 - Igrejas “Malaquianas”
Ontem à noite resolvi visitar uma dessas igrejas “malaquianas”, em vez de ir escutar os belos hinos clássicos e a pregação do pastor da minha denominação, o qual, mesmo tendo me comparado a um dos diabinhos do livro “Cartas do Inferno” de C.S. Lewis, continua sendo considerado por mim como o melhor pregador da cidade.
Dirigi-me a uma dessas igrejas “malaquianas”, que costumam ceifar os bolsos e as bolsas dos crentes, cujos pastores se engajam em movimentos celulares espúrios, fazendo lavagem cerebral nas pobres ovelhas bem intencionadas, porém semi-analfabetas em Bíblia, as quais para ali se dirigem em busca de salvação, prosperidade e gozo emocional.
Quando lá cheguei, estava orando uma pastora, a qual levou uns 10 minutos intercedendo pelos presentes, numa oração até bem formulada. Em seguida um jovem diácono ocupou o púlpito e falou 15 minutos sobre o movimento de células, convidando os membros a se inscreverem no próximo congresso, ou coisa parecida, a fim de se habilitarem a um cargo no Movimento G-12. Essa igreja é a mais engajada da cidade no tal movimento gerado, em 4a. dimensão, pelo evangelho cristão-budista de Paul Young Cho, o qual foi plagiado pelo Caçalhamas, um “vidente” colombiano espertíssimo!
Lá pelas 8,30 hs. da noite, o pastor da igreja assumiu o púlpito. Ele é um moreno chocolate, na casa dos 30 anos, o qual chamaremos de H3AsO4, pois não conseguimos gravar o seu nome, o qual é mais ou menos parecido com essa fórmula química.
Ele saudou os presentes e mandou que todos abrissem as suas Bíblias... Imaginem onde? Em Malaquias 3:1-12, com ênfase no verso 8, tendo lido e “explicado” a leitura dentro de sua conveniência, no que levou cerca de meia hora. Em seguida, todo mundo começou a cantar e dançar uma canção bem moderninha, falando da obrigação de entregar os dízimos e as ofertas, que H3As04 havia dito que deveriam ser MAIORES que o dízimo. Chamou seis membros da igreja para darem testemunho de como, após terem dado o seu último centavo, logo conseguiram que suas dívidas bancárias fossem zeradas, enquanto outros logo conseguiram um ótimo emprego, etc. Todos eles receberam uma chuva de palmas, tornando-se estrelas naquele show religioso!
Depois H3AsO4 convocou todos os presentes a fazerem uma fila no corredor central, devendo estes depositar os seus valores e em seguida saírem pelas laterais. Fiquei observando as centenas – muitas centenas – de pessoas que iam entregar o seu dinheiro. A moça à minha direita, além do envelope do dízimo semanal (fechado), separou 20 Reais, como oferta. A jovem à esquerda, que me parecia ser uma diaconisa, separou uma fábula de dinheiro e foi também entregar. E quando viu que eu não me mexia, ficou me observando com suspeita e mais tarde até me deu uma lição de moral. Essa morena gorda, usando calças e blusão brancos bem justos, sapatos de salto altíssimo e meias finíssimas, parecia ser uma das mais abastadas do harém religioso...
Depois da coleta gigantesca, uma pastora orou em favor dos “inocentes” doadores, pedindo a Deus que o dinheiro fosse bem empregado, etc. Eu já estava cansada de tanto show malaquiano, quando, de repente, após algumas canções (de agradecimento pelas doações feitas), que as centenas de pessoas gritavam a todo pulmão, dançando freneticamente, como num show de Chitãozinho e Chororó, o pastor começou a ler a Bíblia, novamente. Dessa vez, ele usou Gênesis 6:9, dizendo que “Noé era homem justo e perfeito.. e andava com Deus”. A partir daí, mesmo com os erros de concordância e de linguagem (por exemplo: havia muitas pessoas...), o pastor “desabrochou” numa boa pregação, citando algumas passagens do NT, como a 2 Ts 3:11, 1 João 5:20, 2 João 7 e outras, comprovando a divindade do Senhor e criticando as seitas falsas, tipo TJ e Mormonismo. Houve uma hora em que ele garantiu que “todos os crentes que ali se encontravam iriam ficar à direita do Rei, no Julgamento Final”, deletando, sem piedade, o Arrebatamento e a 2 Coríntios 5:10.
Também, o tempo inteiro, durante a pregação, H3AsO4 fazia algumas pausas, comandando a igreja inteira a repetir - várias vezes - certas frases construídas por ele, numa espécie de lavagem cerebral dos membros. No final da pregação, ele citou de cor alguns versos bíblicos do VT, coroando, assim, a sua mensagem malaquiana.
Para ser justa e franca, a pregação do homem não foi tão ruim! Eu quase me “converti” à igreja dele! Só que, após ter concluído a mesma, após 40 minutos, ele mandou que os membros dessem um “grito de guerra”, com toda a força dos pulmões, quando ele contasse até 3. O barulho foi tão ensurdecedor, que a tenda da congregação quase desabou e meus tímpanos não suportaram a avalanche de decibéis. Logo comecei a sentir náuseas, tonturas, e não mais consegui me levantar da cadeira, embriagada... de som!
Aproveitei uma pausa no barulho “guerreiro” e pedi que um jovem diácono entregasse a H3AsO4 a apostila de 40 ps., que o Júlio Carrancho e eu preparamos sobre o Dízimo. Saí apressadamente, ainda meio tonta, e tive de tomar um comprimido para dor de cabeça, quando cheguei em casa. Mesmo assim, não consegui dormir antes das 5hs. da manhã e vim escrever.
Uma coisa é certa. Ali as pessoas se alegraram muito, dançaram à beça, se abraçaram, se beijaram, todas elas tomadas de incontrolável emoção. O Espírito Santo era invocado aos gritos, de tal maneira que, mesmo que Ele fosse surdo, iria escutar as invocações daqueles crentes cheios de “poder”.
Dezenas de pessoas foram à frente, aceitando Jesus como Salvador. Isso quer dizer que, mesmo pregando um evangelho espúrio, o pastor H3AsO4 não é dos piores, como eu sempre havia imaginado. Ele é carismático, prega relativamente bem, é amado e respeitado pelas suas ovelhas e tem conseguido arrecadar uma fábula em Reais, sob a sua tenda milagrosa! Só não sei se ele o conseguiu na Europa Oriental e na Argentina, lugares que ele se gabou de ter visitado, esclarecendo que não sabe falar Inglês...
Obviamente, é bem melhor fazer parte de uma Igreja malaquiana, que prega Jesus como Deus e Salvador, do que viver metido em discotecas e boates, fumando, ingerindo álcool e drogas, fazendo sexo ilícito e espalhando AIDS pela cidade. Por isso, se não posso dar uma nota DEZ ao H3AsO4, pelo menos vou dar-lhe nota SETE, pois ele não foi totalmente reprovado no teste de pesquisa religiosa, que fiz nesse domingo 20/07/2003.
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Capítulo 10 - Igrejas Malaquianas II
Igrejas malaquianas são as que sempre usam Malaquias 3:1-10 para convencer os iletrados membros a entregar o Dízimo do seu rendimento bruto. Os pastores sabem que Malaquias é um livro do Velho Testamento, quando havia apenas um imposto a ser pago, numa nação teocrática (Hoje temos mais de 50 impostos a pagar). A partir da morte e ressurreição do Senhor, entramos na Dispensação da Graça, no Novo Testamento. Portanto, toda a lei e os profetas, como Jesus falou, vigoraram até João Batista, e já não somos obrigados a coisa alguma, além de crer em Jesus como o nosso Grande Deus e Salvador, confiando no Seu Sacrifício Vicário na cruz, para sermos salvos. O que disso passar é Cristianismo barato. Quando um pastor afirma que “se o crente não der o Dízimo ele não será abençoado”, está chamando Deus de quitandeiro, o qual só entrega as frutas e verduras se o pagamento for garantido.
Conforme Efésios 1:3, “Deus já nos abençoou com TODAS as bênçãos espirituais... em Cristo”. Quem quiser ser abençoado na parte material, deve trabalhar arduamente, ser honesto e levar uma vida reta, sem vícios e sem “cheque especial” estourado por causa da inadimplência. Leia Romanos 13:8-a. Quando você entrar numa enominação e o pastor citar Malaquias, dê o fora. Vá para casa, procure outra denominação, busque a direção de Deus aonde congregar.
Com apenas um capítulo, embasada na Bíblia, eu poderia provar que o Dízimo é ILEGAL, mas como o assunto é delicado, resolvi preparar essas 50 ps. Ofício A-4, a fim de não deixar dúvida alguma. Dos 16 artigos, dez são meus e seis, do teólogo Júlio Carrancho (Joanesburgo), grande erudito na Bíblia King James e em leis eclesiásticas.
A princípio eu estava apenas traduzindo os artigos para o site do Júlio. Aí me animei, comecei a escrever os meus e o resultado tem sido uma BOMBA! Claro que TODOS os padres e pastores da cidade me detestam... Mas não tenho medo de coisa alguma, pois não estou falando heresias contra a Palavra Santa, como eles costumam fazer, quando exigem o Dízimo. Dar oferta, sim, quando pudermos, mas o Dízimo, NÃO! Que se dêem quilos e mais quilos para ajudar os irmãos carentes. Que se dêem ofertas e mais ofertas para ajudar os missionários em países pobres como a África, mas o Dízimo, NÃO!
Vamos acabar com a vida fácil desses pastores espertos, os quais, em apenas cinco anos de carreira em suas igrejas malaquianas, faturam milhões, à custa dos pais e mães de família, que trabalham para manter os seus lares. Deus não abençoa quem dá o Dízimo. Ele abençoa quem crê firmemente em Jesus Cristo, quem vive por fé, confiando que Ele suprirá diariamente suas necessidades (Mt 6:31-34); quem lê a Bíblia, ora, quem trabalha, quem anda na linha. Que adianta entregar o Dízimo e ainda entregar “o que tem e o que não tem”, e viver em pecado? A maioria dos pastores (alguns vivendo em pecado) garante que se o crente der o Dízimo, vai ser abençoado de qualquer maneira, pois essa é a única forma de espantar o “devorador”. Esses homens estão corrompendo vocês. Cuidado com eles. Creiam na Palavra Santa, que prega Jesus como único Salvador e Senhor. Andem na linha, busquem a santificação, sejam bons pais e mães de família, paguem suas dívidas, evitem dívidas impagáveis e nunca, nunca se deixem engodar nessa onda de experiência ocultista que tem entrado nas igrejas malaquianas. Porque Deus não é de confusão e nem vende coisa alguma...
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Capítulo 11 - Ser dizimista, não senhor!
Em nossa congregação o pastor nunca fala em dinheiro. Ele é culto e inteligente demais para se expor, da mesma maneira que os pastores malaquianos costumam fazer, mostrando o seu lado ambicioso, pensando em aumentar suas contas bancárias, sem o menor interesse em ganhar almas para o Senhor Jesus Cristo.
Pelo fato de jamais mencionar dinheiro no púlpito, de pregar mensagens totalmente bíblicas, de ser carismático e até charmoso, o nosso pastor tem agradado os membros e muito mais os visitantes, que chegam à nossa, amam a igreja e acabam deixando as suas igrejas malaquianas para se filiar à nossa. Assim o rol de membros tem aumentado bastante e logo teremos um novo templo para acomodar tanta gente que vai chegando e ficando... maravilhada com uma igreja que nada tem de “propositada”, de “emergente” e de “panenteísta”, uma denominação onde raramente são cantados corinhos heréticos (na Bíblia e no vernáculo), uma denominação na qual se pode realmente confiar, para ali se congregar, até o dia em que o Senhor Jesus Cristo nos arrebatar, ou então nos chamar para um encontro pessoal com Ele.
Infelizmente, como nem tudo é perfeito, alguns líderes da de nossa denominação acharam por bem coletar mais dízimos e bolaram um meio de fazer isso, escolhendo alguns membros (em geral novatos) para irem até o microfone, dizendo como são abençoados porque têm sido fiéis na entrega do dízimo, etc.
Uma irmã, que sempre fala articuladamente, esteve dando o seu testemunho de como Deus a tem abençoado por ser dizimista. Criada num lar evangélico, essa irmã se habituou a ouvir louvores a quem entrega o dízimo, foi educada nessa mentalidade e agora é capaz de morrer, jurando que quem não entrega o dízimo não é abençoado. Ela chegou a ponto de citar Malaquias 3:8-10. Ora, essa irmã, que é tão bajulada na Igreja, sendo muitas vezes convidada a orar, sentindo-se uma VIP ali dentro, provou o seu total desconhecimento da Bíblia, ao citar Malaquias, um livro do Velho Testamento, para corroborar a sua reivindicação do dízimo.
Digamos que essa irmã, que já vai no terceiro ou quarto marido (ficou viúva de dois ou três maridos anteriores) não fosse tão abençoada assim, a ponto de ficar viúva tantas vezes! Fiquei viúva apenas uma vez e isso foi tão doloroso que nunca mais me casei, embora tivessem aparecido alguns candidatos (inclusive um pastor, também viúvo).
Vamos fazer um balanço, para ver qual de nós duas é mais abençoada, se ela, que é tão pontual no dízimo, ou eu, que não o entrego:
1. - Só tive um marido e fui muito feliz no casamento, durante 26 anos.
2. - Tenho duas filhas bonitas e inteligentes e cinco netos saudáveis e lindíssimos.
3. - Nunca fui pobre, sempre tive o essencial para viver e viajei por 15 países ocidentais, muitas vezes me hospedando em excelentes hotéis cinco estrelas.
4. - Fui empresária durante 36 anos e nunca precisei pagar uma conta com atraso e nem fazer qualquer empréstimo bancário, o que ainda hoje me acontece, nesta fase da terceira idade.
5. - Tenho uma saúde de ferro, sem nenhum dos achaques da idade... Será que ela tem uma pressão 12 X 8?
6. - Tenho 75 anos e nunca engordei - o que, obviamente, não é o caso dessa “dizimista abençoada”.
7. - Traduzi mais de 6 mil páginas do Inglês, sou autora de 15 livros (dez já publicados) e de mais de mil artigos, todos eles louvando e glorificando o Nome Santo do Senhor Jesus Cristo, o que vale mais do que ter entregado mil dízimos...
8. - Tenho um grupo na Internet, correspondo-me com dezenas de amigos e irmãos na fé (em Português e inglês) e sou conhecida até no exterior, de onde recebo cartas de personalidades importantes, elogiando o trabalho que faço, desejando vir ao Brasil para me conhecer pessoalmente. Exemplos: o Diretor do Centro de Pesquisas Bíblicas de Jerusalém, chegando ao Brasil, veio a Teresópolis, simplesmente para almoçar e passar um dia comigo. O Dr. Thomas Gilmer, Presidente da Editora Trinitariana no Brasil, veio de São Paulo para me conhecer e almoçar comigo.
9. - Sou amada e respeitada pelos vizinhos, no prédio onde tenho um apartamento comprado com muitos anos de trabalho honesto. Não freqüento a casa de pessoa alguma, mas elas sempre me vêm pedir conselhos e até o síndico me pede aprovação sobre os projetos que pretende colocar em prática no prédio.
10. Minha filha alemã ontem me telefonou para dizer que me ama, que eu sou o seu modelo de vida, que sente a maior alegria em me ter como mãe. Eu havia acabado de receber um presente e um cartão com os seguintes dizeres: “Querida mamãe: os dizeres deste cartão [um pensamento de Pascal] me fizeram lembrar da nossa última conversa por telefone. Como é bom saber que a Sra. é tão feliz!
Também me vem à cabeça um trecho do livro de Kenn Follet, ”Pilares da Terra”, que diz: ‘Ter fé em Deus não significa ficar sentado sem fazer nada. Significa ver que se terá sucesso, quando se fizer o melhor possível, sincera e inteligentemente.'
Pois é isso que a Senhora é, Mãe! Uma expert na língua, na Bíblia e na VIDA! Feliz Dia das Mães! - Margarete.
Ora, com tantas bênçãos materiais, familiares e espirituais me cobrindo a vida, do amanhecer ao por do sol, se eu precisasse de mais alguma bênção, iria correndo até o gazofilácio da igreja e ali colocaria, não somente 10% do meu salário, mas até muito mais. Contudo, já tenho Filipenses 4:7, 19 e Efésios 3:19-20 me abarrotando a existência! Então, Louvado seja Deus, que eu não seja dizimista! Realmente, gosto de contribuir com missões e com a construção do novo templo. Mas... ser dizimista, não senhor! Se não houvesse dizimistas tão fanáticos na igreja eu até contribuiria, digamos, com 5% do que recebo do INSS, para ajudar nas despesas da mesma. Mas dar 10% do bruto de minha pensão, depois de ter trabalhado durante 45 anos ... E ver gente deixando de se alimentar corretamente para entregar 10% de sua renda bruta, levando tantos pastores (principalmente os das igrejas malaquianas) a engordar as suas contas bancárias e viver regaladamente... Essa não!
Se os “abençoados dizimistas” da nossa congregação acham que estou errada e querem falar biblicamente sobre o assunto, podem me procurar. Tenho um livro prontinho para entregar-lhes, mesmo sabendo que os líderes da Igreja vão me detonar por causa disso!!! Nesse caso, como não coloco a menor fé no dízimo, eu citaria Romanos 14:23 e 12: “tudo o que não é de fé é pecado” e “cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus”.
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Capítulo 12 - Que culpa tenho eu?
Para alguns irmãos (principalmente mulheres) que me enviam mensagens contundentes, achando que vão me deixar deprimida, ou com um enorme complexo de culpa, respondo simplesmente.
Que culpa tenho eu ... que Deus tenha sido maravilhoso demais para mim, desde o dia do meu nascimento, até o dia de hoje? Ele me tem cumulado de bênçãos (mesmo eu não sendo dizimista) e essas bênçãos são tantas que resolvi fazer um ligeiro resumo de algumas delas...
Nasci num lar católico, onde havia muita generosidade com os empregados, meus pais me amavam muito e me deram tudo de que eu precisava para ser uma criança feliz. Fui educada na fé em Cristo, honrando-O como Deus e Salvador, embora com a falsa noção de que Maria tinha quase tanto poder como Ele e que eu era tão abençoada, por ter nascido no dia da Imaculada Conceição.
Na escola nunca tirei o segundo lugar, sempre era a melhor aluna da classe e quando terminei o curso ginasial falava Inglês fluentemente, tendo aprendido essa língua sozinha, porque sempre me dediquei ao estudo da mesma, além do Português e do Latim, que eu também apreciava muito. Por isso hoje consigo escrever as duas primeiras línguas sem problema algum de redação e ainda entendo um pouco da terceira. Do Alemão aprenderia o básico, no futuro...
Meu pai me adorava. Quando completei 15 anos, ele me deu de presente um colar com 15 gramas de ouro 18 K, com uma medalha de Nossa Senhora. Quando completei 18 anos, ele, que sempre desejou me ver formada em Medicina, deu-me de presente uma caneta de ouro 18 K com duas esmeraldas formando os olhos da cobra que adornava a peça. Nos anos seguintes, eu escreveria sempre com essa caneta de ouro!!! Até que um dia perdi a peça... Mas não chorei, pois nunca me apeguei a coisas materiais.
Meu pai sempre me cumulava de mimos. De brincos e pulseiras, de roupas lindas, dizendo que eu era uma princesa, que era linda e que um dia ainda seria uma grande médica. Nisso ele errou, pois me tornei uma secretária bilíngüe, depois empresária em cosméticos e, finalmente, uma escritora evangélica, pelo que agradeço imensamente a Deus, pois não gosto de ver sangue...
Por não ter seguido a carreira que meu pai escolhera, ele rompeu comigo e me cortou a mesada (que era a maior do colégio), mas logo arranjei um bom emprego e até o dia do casamento nunca me faltou coisa alguma. Dou graças a Deus por esse rompimento com meu pai, visto como aprendi a me “virar” sozinha” e, assim, cresci na vida. Romanos 8:28!!!
Casei-me com um alemão de Berlim e não poderia ter escolhido um marido mais honesto, mais trabalhador, amoroso e apaixonado do que este. Ele continuou me cumulando de jóias, roupas finas e livros, viajamos por 13 países (depois viajei por mais dois), ele sempre me dando amor, apoio e dizendo que eu era maravilhosa! Trabalhamos muito e fizemos uma pequena fortuna (nunca recebi nada de meus pais, porque minha mãe ficou com tudo e como esta morreu recentemente e meus 4 irmãos estão se desentendendo por causa da herança, preferi ficar neutra, pois brigar por dinheiro não é exatamente o meu forte).
Converti-me aos 48 anos de idade, lendo em duas línguas a Bíblia King James/Trinitariana, e, quando me filiei a uma igreja presbiteriana, já havia lido o Novo Testamento 50 vezes, portanto não deixei que pastor ou presbítero algum me fizesse a cabeça, impondo-me leis humanas (como o Dizimo, por exemplo). Hoje leio a Bíblia em três idiomas e fiz um bom curso teológico, portanto os pastores sempre pensam bastante, antes de virem me expor doutrinas humanas, tentando me convencer de coisas que são do interesse deles e não do Reino...
Não posso reclamar da vida. Tenho o suficiente para viver, sou amparada por um bom plano de saúde, tenho boa saúde, o mesmo peso dos vinte anos, congrego numa igreja excelente e minha cabeça ainda está funcionando muito bem. Ultimamente, quando traduzi dois livros de Teologia Bíblica (O Senhor do Céu e A Glória do Seu Nome), num total de 120 páginas, consultei o dicionário apenas 12 vezes, o que deu uma consulta para cada dez páginas. Esses livros escritos por Sir Robert Anderson são maravilhosos e me fizeram crescer na fé, pois versam sobre a Divindade e o Nome de Jesus Cristo, nosso grande Deus e Salvador.
Gastei seis semanas nas duas traduções e como não aceitei pagamento algum (enquanto um irmão que traduziu um outro livro de 120 ps., do mesmo autor, pediu R$ 1.800 à pessoa interessada na tradução), ganhei de presente um monitor de cristal líquido, que há tanto tempo eu desejava possuir.
Que culpa tenho eu se Deus é tão maravilhoso assim comigo, provando a veracidade de Efésios 3:19-21? “E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, a esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém”.
Aos invejosos aconselho que façam a seguinte oração: “Senhor, tu tens sido bom demais com a Mary, que é tão má, tão orgulhosa, tão vaidosa, tão deficiente no amor ao próximo... Castiga a Mary e me dá tudo que tens dado a ela”.
Se Ele escutar esta oração, tudo bem. Ele é SOBERANO e JUSTO. Tem todo o direito de fazer o que bem desejar... com o fariseu invejoso que fizer esta oração.
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Capítulo 13 - O Diabo era eu!
No Seminário onde estudei Teologia, nos anos 1980, tive um professor que já está na glória e se chamava Valdomiro. Ele nos dava aulas de Novo Testamento e era bom demais no assunto. Com ele aprendi muitas coisas importantes e uma delas jamais irei esquecer em minha vida cristã: “Irmãos, nunca usem o Velho Testamento, a não ser para ilustração, pois estamos na Dispensação da Graça e temos o Novo Testamento para nos orientar em tudo. Especializem-se em Paulo e usem as doutrinas do VT apenas para comparação com o NT, e os profetas antigos, apenas para conhecer as profecias e aguardar o seu cumprimento, vivendo uma vida reta diante de Deus e dos homens”. Procurei seguir o conselho do meu professor e só tenho que me alegrar. Adoro os salmos... como poesia lírica e edificante!
Após doze anos, seguindo literalmente essa regra, conheci outro pastor - Paul Pimentel - que estudou no mesmo seminário e é um mestre em Apologética. Com ele trabalhei 3 anos no CPR (Centro de Pesquisas Religiosas) e aprendi tanto ou mais do que aprendi de Bíblia no seminário. Lendo um livro por dia, traduzindo vários livros teológicos e apologéticos do Inglês e respondendo cartas dos associados do CPR, aprendi muita coisa importante e uma delas é que o Novo Testamento deve ser a nossa MAIOR regra de fé e prática na vida cristã.
Infelizmente, a maioria dos pastores hoje em dia se apega fervorosamente ao Velho Testamento, por dois motivos: Primeiro, porque esses pastores medíocres podem usar e abusar das histórias antigas, fantasiando os seus enredos, a seu bel prazer. Segundo, porque podem impor muitas leis do VT aos pobres membros de suas igrejas, para os escravizar, como por exemplo, usando Malaquias para extorquir o dízimo dos que não conhecem bem a Palavra de Deus.
Vamos dar um exemplo: Em certa igreja neopentecostal, que adora ceifar os bolsos dos seus membros, foram lidas há alguns domingos, num culto vespertino, as seguintes passagens bíblicas de Jeremias 35:1,2,8,10,16: “A PALAVRA que do SENHOR veio a Jeremias, nos dias de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá, dizendo: Vai à casa dos recabitas, e fala com eles, e leva-os à casa do SENHOR, a uma das câmaras e dá-lhes vinho a beber. Obedecemos, pois, à voz de Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, em tudo quanto nos ordenou; de maneira que não bebemos vinho em todos os nossos dias, nem nós, nem nossas mulheres, nem nossos filhos, nem nossas filhas; mas habitamos em tendas, e assim obedecemos e fazemos conforme tudo quanto nos ordenou Jonadabe, nosso pai. Visto que os filhos de Jonadabe, filho de Recabe, guardaram o mandamento de seu pai que ele lhes ordenou, mas este povo não me obedeceu...”
Ao contrário do pastor da PIBT, que usaria depois essas mesmas passagens apenas para aconselhar que os membros vivam conforme os ditames da Palavra Santa, esse pastor “ceifeiro” pregou mais ou menos o seguinte:
“Meus irmãos: Recabitas eram homens de Israel que não bebiam vinho... nem cerveja, nem conhaque, é claro! Todo o dinheiro que eles ganhavam consertando objetos de metal era para entregar no templo, para sustentar a obra do Senhor. Não vou condenar quem dá um cheque sem cobertura, pois ninguém consegue mais ganhar o suficiente para pagar tantos impostos e comprar tudo que é preciso nos supermercados, que só sabem explorar o bolso da gente. Não vou condenar quem atrasa o pagamento do aluguel, da luz e do telefone, pois as companhias multinacionais exploram tanto que o dinheiro acaba depressa e não dá para a gente cumprir todos os compromissos do mês. Não vou condenar quem vive com uma mulher sem casar... Pois nem sempre é possível se casar, por vários motivos... O que eu condeno , sim, é crente que bebe vinho, mas se atrasa na entrega do dízimo e das ofertas, porque roubar o governo, tudo bem, mas ‘roubar a Deus’ é um caso muito mais sério e isso causa maldição de vida!”
Depois de ter lido Malaquias 3:6-8, tendo olhado para a terceira fila e me visto de cara amarrada, o pastor falou com voz trovejante: “Meus irmãos, o diabo odeia esses versículos de Malaquias e ele está aqui presente, podem crer...” (Pelo visto, o diabo era eu!)
E foi por aí a fora o tal pastor malaquiano, pregando (os pobres analfabetos bíblicos na cruz de sua ambição), até ficar rouco e ver a uma fila enorme de ovelhas se dirigindo ao gazofilácio, enquanto “o diabo” permanecia quietinho em sua cadeira de plástico barato...
Amados: Tenham cuidado com os pastores que usam e abusam do Velho Testamento. Eles não são sérios. Quando não são embromadores de primeira, fantasiando as histórias do Velho Testamento para preencher o tempo e engabelar os crentes, são uns irresponsáveis e abusivos extorquidores dos membros de suas igrejas.
Leiam e meditem o Novo Testamento. Procurem igrejas que preguem o NT. Vivemos na Dispensação da Graça. Não temos obrigação alguma, a não ser crer realmente na validade do sacrifício vicário do nosso Divino Salvador, procurando seguir os ensinamentos do Apóstolo Paulo. Os recabitas não bebiam vinho? Tudo bem, eles viviam na era do VT! Eu bebo uma taça de vinho suave, sempre que recebo uma visita e ela aprecia vinho. Jesus tomava vinho com os fariseus... Serei melhor do que Ele? Paulo nos diz em Efésios 5:18: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito”. Ele não proíbe que se beba vinho, proíbe apenas que o crente se embriague. Quem toma uma taça, em ocasiões especiais, até pode estar cumprindo Efésios 5:17 : “Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor”.
E qual é vontade do Senhor?
Que eu seja uma cristã autêntica, pois a maioria dos crentes é hipócrita demais, sempre se comportando de um modo na igreja e de outro, no mundo. A maioria dos crentes quer parecer melhor do que realmente é... Crente que atrasa os seus pagamentos, que dá cheque sem fundo, que vive na imoralidade, que se esconde atrás de uma capa de santidade, esse merece a condenação de Paulo. Leiam Romanos 13:7-8: “Dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei”.
Leiam ainda: “GERALMENTE se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, que nem ainda entre os gentios se nomeia... Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão...” (1 Coríntios 5:1, 11). Paulo fala de “beberrão”. Os pastores malaquianos proíbem que se tome uma taça de vinho em diais de festa, mas fecham os olhos aos membros que atrasam suas contas, que viverem maritalmente, contanto que estes entreguem pontualmente o dízimo e as ofertas. Por que será?
Resposta: Porque estão mais interessados em suas contas bancárias do que na edificação dos membros de suas “igrejas”.
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Capítulo 14 - Vamos comprar a boa vontade divina!
Os pastores das igrejas malaquianas (neopentecostais) fazem tudo que lhes vem à cabeça, a fim de agradar aos freqüentadores, mesmo que isso vá de encontro (em vez de ao encontro) à Palavra de Deus. O jornal americano ”The Christian Science Monitor” publica sobre este assunto um artigo de Kris Axtman:
“Depois de propalar o jargão “Cristo é melhor do que a vida” certo pastor dirige-se aos 16.000 freqüentadores da igreja e proclama: “Hoje vamos ter muito rock. Neste local já se ouviu muito rock, antigamente, portanto agora vamos cantar rock para Jesus”... Os órgãos há muito foram substituídos por guitarras elétricas e os hinos pelas músicas mundanas. Assim são tocados e cantados os últimos sucessos do rock, aplaudidos em jogos e eventos seculares mais recentes.
A maior entre as mega-igrejas dos USA é a Igreja de Lakewood, com 25.000 membros. Essa “moda” de mega-igreja foi criada por Paul Young Cho, na Coréia do Sul, e adotada no Ocidente. O que importa não é a qualidade dos freqüentadores, mas a quantidade dos mesmos. Já não se dá atenção aos dogmas tradicionais, os quais foram substituídos por símbolos e sermões de pensamento positivo, que levantam a auto-estima dos membros. Eles aprendem que “através de Deus são sempre vencedores e jamais vítimas”. As mensagens são de encorajamento, fáceis de serem digeridas, pois ninguém é chamado de “pecador”. A palavra “arrependimento” é muito forte! O “Jesus” dos pastores modernos é apenas um sinônimo de pensamento positivo, de poder e de vitória. Ninguém é aconselhado a tomar a sua cruz e seguir ao Senhor, pois isso está fora de moda... Não se fala mais de “condenação eterna”, nem de “lago de fogo e enxofre”, pois isso é coisa da religião obsoleta. A mensagem deve ser de encorajamento porque é assim que o “evangelho” moderno funciona, tanto que essas igrejas estão sempre lotadas. A pregação é cheia de motivação do ego, como: “Mantenha sempre uma atitude positiva! Deixe todo pensamento negativo de lado. Seja determinado! Deus tem obrigação de dar tudo que você pedir”. O Espírito Santo há muito se transformou num “office boy” desses pastores malaquianos.
Esse tipo de sermão é incrementado com um “coral” bem moderno de até 300 vozes. O barulho é ensurdecedor, todos imaginando que Deus é surdo e, portanto, os crentes precisam gritar para serem ouvidos. Claro que essa gente não conhece Habacuque 2:20: “Mas o SENHOR está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra”.
As moças, vestidas quase exclusivamente de mini-saias, exibindo decotes escandalosos, se gabam: “É bom demais. Não perdemos um culto sequer, pois nos sentimos realizadas, lá dentro, e ainda compramos os vídeos e levamos para casa. A mensagem é sempre positiva demais e a música é grande!”.
Esse tipo de instituição se expande assustadoramente. A “operação do erro” está em franco andamento, a fim de que o Anticristo encontre a igreja estabelecida pronta para receber os sinais e maravilhas que enganarão a maioria dos cristãos da atualidade. Todos esperam ser arrebatados - esperando, contudo, que isso aconteça daqui a uns 30 anos, não agora, pois a vida é tão boa!
Nos anos 1970, havia apenas 10 mega-igrejas nos USA, mas hoje elas passam de 740. Aqui no Brasil elas também se multiplicam, principalmente nas chamadas “tendas”, que abrigam milhares de iludidos analfabetos bíblicos, os quais entregam aos falsos pastores o que têm e o que não têm, tentando comprar a boa vontade de Deus, a fim de ganhar bênçãos e mais bênçãos. Não se fala em santidade de vida, pois a suposição é que os dízimos e ofertas cobrem todo tipo de pecado e, assim, todos se sentem felizes e realizados, contanto que dêem bastante dinheiro aos falsos pastores (Os dízimos e ofertas exigidos por esses falsos pastores equivalem às indulgências da Igreja de Roma). Entre os analfabetos bíblicos, que escutam o tempo inteiro textos fora do contexto, encontram-se pessoas da classe média, pobres e até os miseráveis, que deixam de pagar a passagem de volta para casa, a fim de darem o dinheiro da passagem de ônibus ao “Senhor”, pois assim Ele vai lhes conceder um bom emprego, uma boa casa, um carro e tudo com que essa gente sonha. Sim, porque com a falta de empregos no país, só mesmo um milagre para se conseguir trabalhar e ganhar dinheiro... E como o “pastor” promete conseguir tudo que desejamos, vamos encher os seus bolsos e suas contas bancárias, esperando que em breve todos os nossos problema sejam resolvidos!
Mary Schultze – Julho 2005 (Informações colhidas no “TBC This Week”, 12/01/04)
"TUDO SOBRE O DÍZIMO"
Capítulo 15 - Quem precisa ser dizimista?
Minha faxineira (bimensal) afirma ser crente, mas abandonou a igreja porque o pastor vivia censurando-a por não entregar 10% do que recebe em suas faxinas domésticas. Cansou de ouvir reclamações e deu o fora da igreja...
O dízimo é doutrina do Velho Testamento, nunca fez parte do contexto da igreja primitiva e foi inventado pelas igrejas independentes das denominações tradicionais, com o objetivo de crescer mais depressa. Infelizmente, como diz Paulo na 1 Timóteo 6:10, “o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”. Por isso, enquanto muitos pastores engordam suas contas bancárias, recebendo altos salários para pregar oito sermões mensais, os crentes vão ficando cada vez mais pobres de dinheiro e doutrina, pois a preocupação de recolher o dízimo tem sido maior do que a de entregar mensagens realmente bíblicas.
Enquanto muitas igrejas neopentecostais recolhem milhares de Reais, em suas caixas coletoras do “semanalão” ou “mensalão”, muitos pais e mães de família deixam de comprar mantimentos indispensáveis ou de pagar as contas do mês, com medo de serem amaldiçoados, caso não entreguem pontualmente o dízimo. Não se encontra em parte alguma do Novo Testamento qualquer mandamento de entrega do dízimo, mas em Romanos 13 lemos sobre a obrigação de pagar todos os impostos devidos ao governo e ainda no verso 8, lemos “A ninguém devais coisa alguma”. Os pastores malaquianos vivem citando Malaquias e outros profetas do VT, iludindo os crentes com mensagens espiritualizadas, em vez de usarem as Epístolas de Paulo, que são o nosso verdadeiro evangelho. Jesus declarou que “toda a lei e os profetas duraram até João” e que Ele fora enviado “às ovelhas perdidas da casa de Israel”. Depois separou o apóstolo Paulo para pregar aos gentios e quando lhe apareceu no confinamento de três anos no deserto, entregou-lhe tudo que seria importante para nós, os gentios. Infelizmente, a maioria dos pastores malaquianos despreza o evangelho paulino, simplesmente porque este não rende lucro algum.
Testemunho: Converti-me em 01/05/1978. Entreguei o dízimo durante muitos anos, até que minha mãe adoeceu e precisei pagar um plano UNIMED para ela, que já estava chegando aos 90 anos. Ela morreu com quase 97 anos (25/03/05), bem assistida por uma enfermeira e um bom plano de saúde. Cumpri, assim, o mandamento de honrar pai e mãe. E agora, deveria voltar a entregar o dízimo? Claro que não! Durante meses andei estudando o assunto e acabei escrevendo o livro “O Dízimo do Dízimo”, com o resultado de minhas pesquisas. Esse livro (em forma de apostila) tem evitado que muitos irmãos abandonem suas igrejas, pois quando se queixam da cobrança do dízimo, eu mando “O Dízimo do Dízimo” para eles, que depois me agradecem, dizendo que agora estão mais firmes na leitura da Palavra e na freqüência à igreja, entregando somente o que podem e quando podem...
Quando me aposentei (1995) recebia dez salários mínimos, mas o governo foi me subtraindo aos poucos e hoje recebo menos de sete. Mesmo assim, continuo empregando um salário mínimo no ministério de escrever livros e artigos, a fim de edificar os irmãos na fé. Aproveito meus conhecimentos de Inglês, traduzo bons autores e envio essas traduções aos irmãos, ou preparo apostilas com o material. Faço este trabalho por amor ao Senhor e não ao pastor... Os pastores trabalham menos do que eu e ganham um bom salário... Ora, por que seria eu tão tola a ponto de lhes dar 10% do que recebo, depois de 45 anos de trabalho árduo? Meu gasto com tinta, papel ofício, cópias xérox, manutenção do computador e Internet às vezes ultrapassa o orçamento, mas nunca me faltou dinheiro para efetuar os pagamentos mensais (sempre três dias antes do vencimento), alimentar-me convenientemente e ainda comprar coisas bonitas, para melhorar o visual.
Sou feliz e muito abençoada, mesmo não sendo dizimista. Nunca fiquei gravemente enferma, nem precisei ser internada num hospital, por qualquer doença ou para fazer uma cirurgia. Tenho 76 anos, sem nenhum dos achaques da terceira idade. Não tenho problema cardíaco, renal ou respiratório, nem tenho diabetes, osteoporose e pressão alta. Minha pressão é 12 X 8, meu peso é o mesmo dos vinte anos e ainda consigo traduzir 10 páginas de Inglês sem consultar o dicionário. Portanto, ainda não estou com o mal de Alzeimer... Faço todo o serviço doméstico. Fico mais de oito horas diárias teclando no computador e não tenho tendinite, enquanto minha filha de 29 anos já está de braço enfaixado! Mas a maior bênção é o trabalho que realizo em prol do evangelho, apenas por amor ao meu SENHOR.
Vou continuar longe da caixa coletora do “semanalão” ou “mensalão”, pois temo que, se começar a entregar o dízimo, segundo a pregação dos pastores malaquianos, as bênçãos divinas serão tantas que irei explodir, transformando-me em “mulher-bomba”, quando muitos pastores malaquianos já me chamam de “peste!” Noventa e nove entre cem pastores aqui em Terê me detestam por causa dos artigos contundentes que publico no jornal (O Diário) da cidade. Louvado seja Deus!
Mas, pensando bem... se de repente me acontecesse um terrível acidente e eu morresse? Ora, depois de 76 anos, quatro meses e três dias de bênçãos incontáveis, morrer - na cama ou no asfalto - seria mais uma bênção, pois “combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda”. (2 Timóteo 4:7-8).
"TUDO SOBRE O DÍZIMO"
Capítulo 16 - A Verdade sobre o Dízimo I
Pretendemos, pela graça de Deus, escrever dois longos artigos mostrando a realidade do dízimo no Velho e no Novo Testamentos. No primeiro, usaremos parte do material conseguido no artigo - “The Truth About Tithing” - (Seções 1 e 16) - de Richard Wayne Garganta - e parte do material do trabalho de Russel E. Kelly - “Should The Church Teach Tithing?”. No segundo voltaremos a usar mais material do artigo de Richard Wayne Garganta - Seções 2 a 15 e 17 e do livro de Russel Kelly. Nossa única intenção ao preparar este trabalho é esclarecer e edificar os milhões de crentes brasileiros que estão sendo explorados por pastores inescrupulosos, com respeito ao ato de dizimar.
Primeira Parte - A Verdade Sobre o Dízimo - F.A.C.T. versus F.I.C.T.I.O.N. - O DÍZIMO BASEADO NO PACTO DA FÉ ABRAÂMICA versus CONDENAÇÃO À INDUÇÃO PELO MEDO, A QUAL É OPRESSORA E NEGATIVA (Richard W. Garganta).
Uma nota pessoal do autor:
Escrevi este artigo porque, durante anos, tenho visto as doutrinas ao redor do assunto do dinheiro, numa indução consideravelmente perversa. Pouco antes de escrevê-lo, ouvi um ministro dizer: “O segredo do verdadeiro poder sobre o diabo é o dízimo” e “O segredo de uma contínua relação com Deus é o dízimo”.
O que achei por demais preocupante é que numa igreja com cerca de 200 pessoas, ninguém hesitava, nem parecia reconhecer, que o legítimo Evangelho de Cristo estava sendo comprometido. Peguem suas Bíblias, abandonem suas opiniões e vejamos o que ela realmente diz sobre este assunto.
1 - O dízimo antes da lei não era rotineiro, mas voluntário.
Os dois exemplos do dízimo antes da lei (em Gênesis) foram eventos únicos e voluntários, envolvendo mais do que dinheiro. O exemplo de Abraão foi o do dízimo entregue uma vez apenas, dos despojos de uma guerra (Hebreus 7:2; Gênesis 14:20). Visto como Abraão havia feito um voto de não tomar pessoalmente qualquer despojo dessa guerra, (Gênesis 14:22-24), aparentemente ele dizimou o que pertencia aos outros... ou o que poderia depois lhe pertencer. Nada existe na Escritura dizendo que Abraão tenha dado o dízimo de sua renda ou riqueza, em tempo algum.
Abraão recebeu uma bênção e em seguida deu o dízimo, aparentemente fora de um hábito social, sem qualquer mandamento divino para fazê-lo. (Gênesis 14 e Hebreu 7:1).
O exemplo único de Jacó [de dizimar] foi prometido SE Deus fizesse algo por ele, e a Escritura não esclarece se Jacó de fato o cumpriu (Gênesis 28:22). De qualquer maneira, estes dois exemplos esclarecem que o dízimo antes da lei não era obrigatório, mas voluntário. Visto como a Escritura só registra incidentes dessa uma única vez em que o dízimo foi dado (antes da lei), fica claro que essa não era uma prática rotineira... Também, tendo em vista que Jacó prometeu dizimar o que ele já possuía e lucrava (quer dizer, possuía totalmente, não em crédito ou mercadoria baseados em hipóteses), entende-se que ele pretendia dizimar sobre os lucros. Isso é importante e sobre os lucros discutiremos mais tarde.
Os que procuram tornar o dízimo estritamente baseado em dinheiro, obrigatório e rotineiro, afirmando ter ele existido “antes da lei”, não estão ensinando como ele realmente foi dado, “antes da lei”. Notem ainda as seguintes escrituras mostrando a natureza voluntária de como se ofertava antes da lei (Êxodo 35:5, 21, 22, 24, 29).
Alguns mestres da obrigação de dizimar usam as Escrituras exigindo que se TRAGA, em vez de DAR o dízimo, a fim de provar que este é obrigatório. Como veremos mais tarde, o dízimo na lei era obrigatório, enquanto as passagens que mencionam o dízimo ANTES DA LEI dizem que este era DADO.
Algumas considerações sobre Melquisedeque
Muito tem sido criado sobre o misterioso Rei de Salém (Jerusalém), em Gênesis 14, pelos mestres do dízimo obrigatório. A realidade [porém] é que, no tempo de Abraão, dizimar era uma prática pagã e um hábito voluntário especial de aceitar uma regra criada. Usar o argumento de que o dízimo é hoje obrigatório porque Abraão o deu a Melquisedeque é ridículo, pelas seguintes razões:
- Primeira, Abraão dizimou voluntariamente os despojos de guerra, não a sua riqueza pessoal.
- Segunda, não havia qualquer ordem dada por Deus no sentido dele dizimar.
- Terceira, Abraão já havia sido abençoado pela vitória que Deus lhe dera (Hebreus 7:2; Gênesis 14:20,22,24). Nada existe na Escritura que diga ter sido a bênção sobre Abraão o resultado do seu dízimo.
- Quarta, o dízimo de Abraão foi um exemplo único.
A questão do sacerdócio de Melquisedeque é puramente judaica. Não é assunto gentílico, visto como os gentios nada tinham a ver com o sacerdócio levítico. Foram os judeus que tiveram problema em aceitar Cristo como o Sumo Sacerdote, porque Ele era da Tribo de Judá e não da Tribo de Levi, da qual os judeus haviam sido doutrinados que os sacerdotes deveriam sair. Essa é a razão do autor de Hebreus ter discutido amplamente o assunto em sua Epístola. Os judeus, obviamente, não podiam entender o sacerdócio de Cristo e o autor de Hebreus tentou explicá-lo. [....] Lembrem-se que os levitas pagavam o dízimo do dízimo aos sacerdotes.
É difícil os gentios entenderem estes assuntos, por serem eles basicamente irrelevantes à sua aceitação de Cristo. Os gentios não precisam tornar-se judeus para se tornarem cristãos e Paulo deixou claro ser errado colocar sobre eles o fardo das questões e obrigações judaicas.
Posso garantir que a legítima significação do aparecimento de Melquisedeque em Gênesis 14 é porque Abraão havia arriscado a vida para resgatar o seu sobrinho [Ló]. Este é o primeiro relato bíblico de alguém tentando salvar um homem, com total altruísmo. Lembrem-se que Abraão não poderia reter os despojos de guerra e recusou-se a fazê-lo. Sua única motivação [para essa guerra] foi salvar o sobrinho. Após o registro desse primeiro ato de altruísmo, repentinamente o Rei de Salém aparece com pão e vinho [comunhão]. Abraão passara no teste por ter querido sacrificar-se pelo próximo. Mais tarde, ele estaria concordando em sacrificar o próprio filho [Isaque] e temos aqui novamente um tipo de Cristo em forma de sacrifício e promessa.
Isso não faz muito mais sentido bíblico do que tentar torcer a Escritura, a fim de fazer parecer que Melquisedeque quis ensinar a obrigatoriedade do dízimo, especialmente em vista dos demais assuntos discutidos neste documento?
Palavras de Russel E. Kelly, autor do livro “Should the Church Teach Tithing?” (Deveria a Igreja Ensinar o Dízimo?) a Richard W. Garganta, comentando o seu artigo “The Truth About Tithing” (A Verdade Sobre o Dízimo):
Aprecio este artigo escrito sobre o dízimo. Concordo 95%, o que é ótimo para mim. Minha tese de 364 páginas de doutorado PH.D engloba a maior parte dos seus pontos em detalhe. (Checar os pontos em revista no amazon.com). Só discordo da afirmação de que o dízimo de Abraão foi baseado na fé e foi voluntário. A Bíblia não diz isso, embora muitos tenham assumido ser esta a verdade. Minha pesquisa em Gênesis 14:21, não 14:20, me fez chegar à conclusão de que Abraão parece ter pagado os despojos de guerra em vista da TRADIÇÃO CANANITA DE OBRIGATORIEDADE, a qual podemos comprovar que tem continuado a existir pelo mundo, até o dia de hoje. Visto como a sua definição “agrária” do dízimo é a única de fé verdadeira, não deveria a palavra ser usada com outra definição – independente de quão sincera a pessoa fosse. Tenho muito o que compartilhar com você, caso esteja interessado.
Passei mais de dez anos fazendo pesquisa para escrever o meu livro.
Segunda Parte – Algumas citações de Russel E. Kelly (PH.D), autor da tese de doutorado - “Should The Church Teach Tithing?”
O dízimo no Velho Testamento era limitado aos alimentos produzidos pelos agricultores e pecuaristas.
Na Bíblia a palavra “Dízimo” nunca aparece isolada, mas sempre como “dízimo do alimento”. O dízimo bíblico era sempre estritamente definido e limitado pelo próprio Deus. Os legítimos dízimos bíblicos, portanto, eram sempre: 1. Somente taxados sobre os alimentos; 2. Somente sobre as fazendas e os rebanhos; 3. Somente dos israelitas; 4. Somente de quem morava na Terra Santa, dentro das fronteiras nacionais de Israel; 5. Somente vigorando nos termos do Antigo Pacto; 6. Somente podendo receber aumento da mão de Deus.
Desse modo, 1. Itens não alimentícios não podiam ser dizimados; 2. Animais caçados e peixes não podiam ser dizimados; 3. Quem não fosse israelita não podia dizimar; 4. Alimentos que viessem de fora da Terra Santa não podiam ser dizimados; 5. Os dízimos legítimos não podiam acontecer, caso não existisse um sacerdócio levítico; 6. Os dízimos não podiam vir de coisa alguma feita pela mão do homem, como adquirido em caça ou pescado nas águas.
Quando se usa a expressão ”dizimar tudo” , conforme Levítico 27:30, precisa ser levado em conta que esse tudo se referia: 1. Da terra (Levítico 27:30); do rebanho (Levítico 27:32); 2. do grão e do vinho (Números 18:27,28); 3. do grão, vinho e óleo (Deuteronômio 12:17; 14:23; Neemias 13:5); 4. do aumento da sementeira (Deuteronômio 14:22); 5. do solo (Neemias 10:37); 6. do alimento (Malaquias 3:10 e Mateus 23:23).
Negociantes, tais como carpinteiros (Jesus), pescadores (Pedro) e fabricantes de tendas (Paulo) não eram qualificados como pagadores de dízimos, visto como sua renda provinha da habilidade manual, em vez da prosperidade pela bênção pessoal de Deus sobre o que provinha de Sua Terra Santa. Trabalhadores diaristas nas fazendas não dizimavam porque os seus patrões já o faziam, pagando dízimos sobre os produtos colhidos.
A Lei da herança e da “porção dobrada” (Deuteronômio 27:17) eventualmente forçaria muitos israelitas a buscarem as cidades, para ali ganharem a vida como comerciantes.
O dízimo no Velho Testamento nunca era dado em dinheiro. Ele até podia ser cambiado por dinheiro, visto como não era dinheiro (Deuteronômio 14:24-26).
No Velho Testamento o dízimo “pertencia ao Senhor”, por ter crescido na Terra de Deus, dentro das fronteiras de Israel, através do labor de um israelita. Se tais condições não fossem preenchidas, então ele não “pertencia ao Senhor”.
Os dízimos não tinham outro propósito que não fosse o de sustentar os levitas que serviam os sacerdotes, os quais davam 1/10 dos seus dízimos aos sacerdotes. Era um pecado usar o dízimo para “qualquer outra finalidade”. O “propósito do dízimo” nunca mudou. O dízimo jamais foi dado aos anciãos e aos pregadores [na igreja]. Será que os anciãos e os pregadores [atuais] não estariam “roubando a Deus”, recebendo o dízimo e em seguida usando-o para um propósito totalmente diferente daquele usado na Antiga Aliança?
O dízimo do Velho Testamento, como quase tudo a que se refere o Livro de Levítico, era “santo” ou “muito santo” ao Senhor. 1. Ele só era “santo” porque provinha do que crescia na Terra Santa, através do povo de Deus na Antiga Aliança. 2. Era santo por ser um estatuto de adoração cerimonial. 3. A Igreja do Novo Testamento rejeita tudo o mais de Levítico, igualmente chamado “santo” ou “muito santo”. 4. A Israel no Velho Testamento era ordenado não compartilhar os seus estatutos com nenhuma outra nação (inclusive a guarda do sábado e o dízimo) (Êxodo 23:32; 34:12,15; Deuteronômio 7:2). 5. O dízimo não era dado aos profetas nem aos rabinos. Por ser “santíssimo” ele podia ser dado somente aos levitas (Números 18:9; Neemias 10:37). Seu único propósito era o de sustentar os levitas, os quais serviam aos sacerdotes. Embora os levitas fossem guardas, cantores, padeiros, artesãos e curtidores de animais, eles não eram sacerdotes.
O dízimo jamais foi usado para os missionários ou para pagar as despesas do Templo. Embora os sacerdotes recebessem 1/10 do dízimo, eles tinham outros meios de sustento (Números 18).
Quanto a Malaquias 3:8: “Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas”, esta passagem pertence ao Velho Testamento, ao contexto da Antiga Aliança e nunca é citada na Nova Aliança (da Igreja). Comparem Malaquias 2:8-10; 3:7 e 4:4 com Neemias 10:28-29 e Deuteronômio 27:26.
Em Malaquias os sacerdotes tinham roubado a Deus. Especialmente em Malaquias 1:6; 2:1 e 3:3, ele se dirige aos sacerdotes desonestos. Estes haviam roubado os dízimos dos levitas e as melhores ofertas de Deus. Neemias 13:10 diz: “Também entendi que os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam a obra, tinham fugido cada um para a sua terra”. Vemos aqui que os sacerdotes tinham roubado os dízimos dos levitas, por isso a adoração no Templo havia cessado e estes voltaram à sua terra. (Ver Neemias 13:4-13; Malaquias 1:6-14 e 2:1 a 3:7).
[Uma observação aos modernos cobradores do dízimo]: Paulo diz em Gálatas 3:1: “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”.
A audiência de Malaquias vivia sob as ordenanças da Antiga Aliança, as quais englobavam BÊNÇÃOS E MALDIÇÕES [Será que os pregadores atuais estão conscientes de que também estariam sujeitos às maldições e não somente às bênçãos?]. As maldições gerais de Deuteronômio 27:26 foram reafirmadas pelos israelitas em Neemias 10:28, 29. Especialmente os sacerdotes já haviam sido amaldiçoados várias vezes em Malaquias, por quebrarem sua especial “Aliança em Levi” (Malaquias 2:1-10).
Malaquias 3:10: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes”. Este dízimo era exclusivamente em alimentos. Este verso é totalmente mal compreendido e mal usado. É muito fácil provar pela Palavra de Deus que “todos os dízimos” nunca foram para o Templo: a) As cidades dos levitas devem ser levadas em consideração e Jerusalém não era uma delas. Os levitas e os sacerdotes moravam nas cidades dos levitas com as suas famílias e rebanhos. (Ver Números 35; Josué 20 e 21; 1 Crônicas 6; Números 13:10 e Malaquias 1:14). Israel era comandado a trazer os seus dízimos, primeiro às cidades levíticas. (Ver Neemias 10:37,38 e 2 Crônicas 31:15,19). Não faz sentido ensinar que 10% do dízimo eram levados ao Templo, quando a maioria dos levitas e sacerdotes não residia em Jerusalém. b) As 24 áreas de percurso dos levitas e sacerdotes também devem ser consideradas. A partir dos Reis Davi e Salomão, eles foram divididos em 24 famílias. Essas divisões também foram postas em prática, no tempo de Malaquias, por Esdras e Neemias. Visto como somente uma família oficiava no Templo por uma semana, durante certo tempo, não havia razão alguma para que TODOS os dízimos fossem enviados ao Templo, enquanto 98% destes eram destinados para alimentar os que se encontravam nas cidades levíticas (1 Crônicas 24:26; 28:13,21; 2 Crônicas 8:14; 23:8; 31:2; 15:19; 35:4,5,10; Esdras 6:18; Neemias 11:19,30; 12:24; 13:9-10; Lucas 1:5). c) Por conseguinte, logo que o contexto das cidades levíticas, as 24 famílias de sacerdotes, os filhos menores, as viúvas, Números 18, 2 Crônicas 31, Neemias 10:13 e todo o livro de Malaquias forem avaliados, poder-se-á concluir que somente 1% a 2% de todo o dízimo eram entregues normalmente no Templo de Jerusalém (Neemias 13:4-13 e Malaquias 1:6 a 2:10) d) Portanto, Deus estava apenas ordenando aos sacerdotes para trazerem toda a porção dos dízimos, porque eles a haviam roubado dos levitas, tendo mantido o melhor para si mesmos, enquanto ofereciam ao Senhor animais mancos e enfermos. (Ver Neemias 13:4-13; Malaquias 1:6 e 2:10).
A Igreja tem sido definida como uma organização e edifício local. Nesse caso, o único paralelo com o Templo do Velho Testamento (no qual habitava o Senhor) é agora o corpo dos crentes individuais, o Corpo de Cristo (onde Deus habita agora, conforme 1 Coríntios 3:16, 17 e 6:19). NÃO existe paralelo algum com o edifício do Templo do Velho Testamento. Mais uma vez, lamentavelmente, os dízimos jamais foram usados para sustentar as atividades missionárias, especialmente fora das fronteiras da Terra Santa de Israel.
A Igreja não é um armazém, um edifício ou uma organização para receber e armazenar dízimos e alimentos. E o Novo testamento também não a chama assim. Ela é a assembléia dos sacerdotes cristãos, é um organismo vivo. Durante vários séculos, após o calvário, os cristãos nem sequer tinham um edifício próprio onde pudessem adorar, pois o Cristianismo era uma religião ilegal. Eles recusavam-se a chamar os seus locais de adoração de “edifícios eclesiásticos”, de “tabernáculos”, ou “templos”, etc. É um erro traduzir a palavra grega ”ekklesia” como “igreja”.
RESUMO: (1) Não existe paralelo algum entre os levitas do Velho Testamento e os líderes eclesiásticos do Novo Testamento. Os levitas eram apenas servos dos sacerdotes (Números 18:21-25; Neemias 10:37). (2) Os sacerdotes do Velho Testamento recebiam apenas 1/10 de todo o dízimo dos levitas (Números 18:21-26; Neemias 10:37-38). Esse procedimento já não é usado em parte alguma no Cristianismo. (3) Os apóstolos em Atos 2 não recebiam dízimos, mesmo porque ainda estavam voluntariamente contribuindo para o sustento do Templo, por alguns anos mais, conforme é visto em Atos 15 e 21. (4) Os apóstolos em Atos não ficaram ricos, ensinando a doutrina do dízimo; eles compartilhavam sua riqueza com cada membro da Igreja, o que não acontece hoje em dia entre os ministros que ensinam o dízimo.
Hoje, as classes mais pobres e iletradas são as maiores vítimas das pessoas inescrupulosas, sendo facilmente enredadas na mágica do “fique rico depressa”, tanto na loteria como no dízimo. Contudo isso não funciona para a vasta maioria! De fato, pode ser obviamente demonstrado que Malaquias 3:10 não funciona! As estatísticas do Internal Revenue Service americano têm comprovado que os muito mais ricos são os que pagam as menores porcentagens à caridade, enquanto os paupérrimos dão a maior. Se Malaquias 3:10 realmente funcionasse com os cristãos da Nova Aliança, então os milhões de cristãos dizimistas pobres escapariam da pobreza, tornando-se o grupo de pessoas mais ricas deste mundo, em vez de permanecerem na pobreza. [A teologia da prosperidade, cujos líderes são os mais ávidos dos dízimos, funciona exclusivamente para eles mesmos].
Qual o princípio usado pelos atuais pregadores do dízimo? Alguns afirmam que as leis morais ainda são válidas, enquanto os estatutos e condenações terminaram no Calvário. Entretanto, o ato de dizimar era um estatuto cerimonial de adoração e todos os outros de Levítico foram abolidos. [Por que, então, só o dízimo permaneceu intocado???] Outros dizem que Deus repetiu em termos de graça aquilo que Ele desejava que a Igreja soubesse após o Calvário. Então, mais uma vez o dízimo não foi repetido. Deus disse a Israel no Pacto Antigo que dizimasse para sustentar o sacerdócio levítico e diz, meridianamente, que o sacerdócio levítico foi substituído pelo sacerdócio de cada crente (Hebreus 7:5,12,18,19; 4:16; 1 Pedro 2:9 e Apocalipse 5:10).
Israel e os dízimos do Velho Testamento falharam miseravelmente em aperfeiçoar o Doador ou produzir missões. O sistema comprovou ser ineficiente, tendo sido substituído pela liderança do Espírito Santo, através da graça e das ofertas dadas por amor às almas perdidas. (Hebreus 7:18; 2 Coríntios 3:10-18 e 2 Coríntios 8).
O dízimo era a base financeira do antigo sistema sacrifical já extinto, permitindo que este funcionasse. Quando tal sistema foi abolido, o seu aparelho de sustentação também o foi. Agora já não é necessário que haja dízimos para sustentar os sacerdotes para ouvir confissões e para outros sacrifícios... Por isso Hebreus diz, claramente, em 7:12; que “mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei”.
Quanto ao argumento [sobejamente usado pelos cobradores do dízimo] de que o mesmo foi praticado antes da lei mosaica, este é extremamente fraco. Provérbios 3:9 diz: “Honra ao SENHOR com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos” [Deus aqui não cita o dízimo, mas os ganhos do crente, que podem ser compartilhados com os pobres e com os necessitados físicos e espirituais].
Quanto às primícias, estas eram totalmente separadas dos dízimos. Enquanto as primícias e os primogênitos iam diretamente para as mãos dos sacerdotes (Números 18:12, 13, 17, 18), os dízimos iam diretamente para os levitas nas cidades levíticas (Números 18:21-24 e Neemias 10:37)... Os sacerdotes recebiam apenas 1/10 dos dízimos, conforme antes explanado.
O dízimo nunca foi um pilar [como a guarda do sábado] para os israelitas. Assim como não deve ser para os cristãos... A Igreja primitiva usou os recursos voluntários de mulheres, crianças, escravos e soldados, para espalhar o Evangelho de Cristo ao mundo conhecido, em menos de uma geração, um dos princípios do Novo Testamento.
Quanto à passagem de Mateus 23:23: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas”... Esta passagem fala das coisas importantes da lei. Jesus promoveu o dízimo, sim... porque Ele era judeu, nascido sob a lei (Gálatas 4:4). Em Mateus 23:2, 3, Ele mandou que os Seus discípulos obedecessem a todas as (milhares de) coisas ordenadas pelos escribas e fariseus. Isso porque o povo os considerava como os legítimos intérpretes da lei. Este é um texto relativo à Antiga Aliança - antes do Calvário - e não um texto da Nova Aliança, [pois o próprio Jesus também falou “A lei e os profetas duraram até João” (Lucas 16:16)]. Do mesmo modo como Jesus não mandou que os enfermos gentios curados por Ele fossem se apresentar diante dos sacerdotes judeus, também não os instruiu a dizimarem pelo sistema levítico.
Não é possível que os crentes da Nova Aliança queiram se colocar sob as maldições da Antiga Aliança. A verdade é que os cristãos de hoje estão, SIM, “roubando a Deus”, deixando de carregar o fardo da preocupação pelas almas perdidas [Estão roubando-Lhe as almas que Ele poderia ganhar, se fossem mais interessados em Missões].
Richard Wayne Garganta - “The Truth About Tithing”
Russel Kelly - “Should The Church Teach Tithing?”
Tradução e comentários de Mary Schultze, junho 2006
"TUDO SOBRE O DÍZIMO"
Capítulo 17 - A Verdade Sobre o Dízimo II
(Excerto comentado do livro “The Truth About Tithing”, de Richard Wayne Garganta – richardinri@aol.com)
1. - O dízimo não era dado em dinheiro nem baseado no ganho, mas baseado na TERRA.
Se dois fazendeiros fizessem a colheita de dez cenouras, cada um, ambos seriam obrigados a dizimar uma cenoura. Sob o sistema agrário do dízimo, não importava se um deles vendesse as nove cenouras restantes por cinco e o outro por 10 dólares. O dízimo da colheita não se relacionava ao ganho, mas à TERRA. O dinheiro era, raramente, se é que houve, uma coisa dizimada na Bíblia (Neemias 13:10-13). Para ser realmente bíblico, o dízimo não era baseado no ganho ou no dinheiro, de modo algum! (Deuteronômio 14:22-23; 18:1-5; 26:12; Neemias 10:38-39; 12:44; Levítico 27:30-33; Josué 13:14). O dízimo antes da lei era voluntário e baseado no lucro; o dízimo na lei era obrigatório e baseado na produção (agrária). Os meios agrários (da terra) e o dízimo agrário eram baseados no que se conseguia produzir na terra, em plantações e animais. Deus ordenava que as pessoas trouxessem 1/10 da produção da terra, antes de venderem-na. Então o dízimo não era baseado no ganho da colheita...
Deus deu os dízimos de Israel aos levitas, por herança, em vez da terra. (Josué 13:14; Deuteronômio 10:6-9; 18:1-5, Números 18:21-24) e, aparentemente, estes não precisavam dizimar o ganho da venda da propriedade herdada (Deuteronômio 18:6-8). Os levitas e sacerdotes dependiam dos dízimos para COMER. A casa de Deus era um ARMAZÉM e PONTO DE DISTRIBUIÇÃO para os sacrifícios, levitas, sacerdotes e os necessitados: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes” (Malaquias 3:10). (Neemias 13:10-13; 1 Samuel 8:15, 17; 2 Crônicas 31:11; Deuteronômio 12:6-7; 17-19; 14:22-23). Houve uma exceção para converter o dízimo em dinheiro, antes permitida na lei. Segundo muitos eruditos, tal exceção foi mais tarde abolida. Deuteronômio 14:24-27 mostra essa antiga exceção, provando que sistemas financeiros aconteceram, sem que o dizimo fosse baseado em dinheiro. Nessa antiga exceção, poder-se-ia vender o dízimo em circunstâncias específicas, para gastar o dinheiro no que se desejasse, contanto que isso fosse compartilhado com o levita local. Esses versos também deixam claro que “se a distância fosse longa demais para CARREGAR O SEU DÍZIMO”, provando que o dízimo não era baseado em dinheiro. O Novo Testamento mostra os fariseus dizimando não sobre o lucro ou dinheiro, mas sobre o que eles cultivavam (Lucas 18:12; Mateus 23:23), mostrando que o dízimo era baseado na produção agrária.
Deus já não habita em templos. As pessoas é que são a Casa de Deus e o Corpo de Cristo. Mesmo com tanta “revelação” grassando, hoje em dia, na igreja, eles não conseguem entender isso e continuam a buscar no Velho Testamento a [extinta] glória do Templo.
2. - O ato de dizimar sempre foi feito para honrar a Deus. Não foi feito para conseguir alguma coisa de volta nem para ser equivalente a uma loteria cristã.
Nenhuma das palavras inglesas “sacrifice”, “offering” ou “gift” corresponde às palavras bíblicas korban, corban ou quorban. (Ver a palavra “gift” em Marcos 7:11), sendo estas derivadas de um verbo que de um modo significa “estar perto” e do outro, “trazer para perto”. No primeiro caso, ele se refere às próprias ofertas e no outro, aos ofertantes, como sendo estes trazidos para perto de Deus. Hoje em dia, a mentalidade de “dar para receber” é vergonhosamente pregada, enquanto dar para honrar a Deus, ou ficar mais perto de Deus, é mencionada apenas como formalidade.
Vejo que estamos numa cultura de débitos e não estou dizendo que os cristãos devem estar 100% isentos de dívidas, antes de ofertar qualquer dinheiro. Estou falando da obrigação (lei) de dar, quando as pessoas estão dando em obrigação, medo ou motivação inapropriada em vez de honrar suas responsabilidades legais e pagar suas contas, resultando isso em dar desproporcionalmente e entrar em mais débitos. Os pregadores de hoje raramente condenam o dar com débito e vergonhosamente até encorajam isso, chamando de um ato de fé. Infelizmente, a realidade é que muitas vezes o dar em débito é uma forma de jogo cristão, um jogo de dados, um ato de desespero por parte de alguém que já está sobrecarregado de dívidas. Se endividar mais para pagar os “dízimos”, a fim de “sair das dívidas”, é terrivelmente tolo e enganoso
Referindo-se à oferta da viúva, o mesmo Cristo que observou ser sacrifical a abundância em dar, disse em outra parte para sermos financeiramente responsáveis. Ele denunciou a prática de dar a Deus, enquanto se ignoram as responsabilidades (Marcos 12:41-44; 7:10-13; Mateus 22:21; 17:25-27). Romanos 13:7-8 diz: “Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.”
Nos dias de hoje, quando você não ousa dar, logo lhe dirão para usar o seu cartão de crédito ou assumir um compromisso de dar [o que contraria totalmente Romanos 13:7-8]. Onde, por acaso, já foi uma dívida encorajada na Bíblia? Ela fala de pessoas dando o que possuíam e não o que seria baseado em empréstimos e juros. Escutei, recentemente, numa TV cristã, que alguém deveria entregar o montante de sua dívida ao Senhor e que esse alguém iria receber uma resultante bênção divina para liquidar essa dívida. Isso não passa de um jogo “cristão” antibíblico, pura exploração.
4 - A lei do dízimo era baseada num sistema agrário (terra), num governo teocrático e numa sociedade agrícola.
A terra era propriedade oficial do Senhor, com os levitas recebendo os dízimos de Israel, por não possuírem herança na terra (Levítico 25:23-24). Tal sistema já não existe, daí por que muitos judeus já não dizimam. Poderia existir o argumento de que uma forma de sistema agrário ainda existe com o governo substituindo o sistema religioso. Hoje o governo é “proprietário” da terra e a explora através de impostos e taxas. Todos pagam esse “dízimo”, direta ou indiretamente ao governo, através de IPTU’s, aluguéis, impostos comerciais [ICMS, IPI, etc.] e impostos agrícolas.
O tempo do dízimo obrigatório corresponde ao princípio da organização do governo do estado teocrático judaico, através da Lei de Moisés, da exploração agrícola da terra, do sacerdócio levítico e do primeiro Templo judaico a Tenda do Encontro. Seja feita uma distinção importante de que numa teocracia a igreja é o governo, com todas as responsabilidades de governo. Hoje a igreja já não explora a terra; não responde pelo sistema judicial, legislativo e governamental; não mantém nem dirige as forças armadas, nem a força policial; não cuida dos impostos, da distribuição dos recursos públicos, dos serviços de saúde, do bem estar social, das aposentadorias, nem outras responsabilidades governamentais. O governo teocrático do estado judaico fazia tudo isso, e muito mais, sob a lei mosaica. Nos USA a igreja e o estado são separados, e muito mais de 10% são pagos em impostos, pela substancial maioria dos americanos, às funções governamentais e já não mais à igreja. Vinte e cinco até trinta por cento das taxas americanas vão para uma variedade de causas, quando muitas, se não a maioria, são manuseadas pela igreja, num governo teocrático. Hoje em dia, as deduções de pagamentos e outras taxas até ajudam na isenção de impostos, diminuindo os lucros, inclusive as doações feitas às igrejas.
4 - Sob o sistema agrário de dizimar, o sistema religioso judaico tinha encargos com relação a manusear e distribuir os dízimos. Tais encargos já não se encontram em efeito.
Esse sistema, sob a lei agrária de dizimar, tinha responsabilidades específicas sociais e comunitárias por causa da lei, tal como: usar uma porcentagem para ajudar os pobres (Deuteronômio 14:28-29; 2 Crônicas 31:14-15; Neemias 13:12-13). Em alguns dar pensões a certos membros (2 Crônicas 31:16-18). O uso comunitário e a distribuição eram para os levitas, sacerdotes, estrangeiros, transeuntes, órfãos e viúvas (Deuteronômio 26:12 e 14:29). Não existem mais esses encargos para a distribuição comunitária do dízimo, na igreja de hoje. Cada igreja cristã que tenho visto ensinando o que é incorretamente chamado “dízimo bíblico” como lei, não está praticando realmente o dízimo, conforme os pactos exigidos (Deuteronômio 26:12-15), responsabilidades comunitárias e distribuição de recursos pela igreja, conforme evidenciado no Livro de Atos. Na igreja do Novo testamento, as pessoas vendiam o que possuíam e entregavam o resultado à igreja, para que ninguém ficasse em falta. Distribuíam para os mais necessitados. (Atos 4:34-35). Convém notar que, sob a lei, as responsabilidades comunitárias eram encargos obrigatórios, enquanto as doações do Novo Testamento eram VOLUNTÁRIAS e o dízimo jamais foi mencionado (Atos 4:34-35 e 5:4). Pedro falou para Ananias: “Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder?” Ele jamais falou: “Você era obrigado a trazer o dízimo dessa venda”. Paulo também encorajou o sistema de distribuição de recursos, na 2 Coríntios 8:13-15 e em Romanos 12:13. O propósito do Velho e do Novo Testamentos em relação à riqueza não era ficar rico ou impressionar as pessoas, mas realizar a obra de Deus e compartilhar as necessidades (Deuteronômio 15, Levítico 25, Mateus 19:21 e Efésios 4:28).
Hoje em dia, um sistema de distribuição de recursos, conforme a igreja primitiva do Novo Testamento, seria impossível e teria uma aparência de seita. Contudo, o princípio de usar o supérfluo de alguém para suprir as necessidades de outrem permanece claro através do Novo Testamento. Hoje em dia, muitas pessoas dão o “dízimo” a um povo rico e bem sucedido, com pouca ou nenhuma consideração pelos realmente necessitados. O objetivo de dar tem se tornado o de receber, em vez de distribuir os recursos aos carentes e a outros. Cristo ensinou ao jovem rico que vendesse suas possessões e desse esmolas aos pobres (Lucas 12:33).
5 - O Dízimo, segundo se ensina hoje, foi modificado e já não corresponde ao dízimo bíblico.
Deus destinou os dízimos aos levitas em recompensa pelos seus serviços e por não terem recebido a herança pessoal da terra. Os levitas davam o dízimo dos dízimos que recebiam aos sacerdotes. O Cristianismo não tem um sistema agrícola nem levitas e cada cristão agora é um sacerdote, é o templo e um co-trabalhador com Cristo (2 Pedro 2:5-9; Apocalipse 1:6; 5:10. 20:6). De cada judeu era exigido, pela Lei Levítica, que fossem pagos três dízimos de sua propriedade:
1. - Um dízimo para os levitas
2. - Um dízimo para uso do Templo e para as grandes festas
3. - Um dízimo para os pobres da terra.
Em vista do acima exposto, é claro que qualquer igreja que exigisse o dízimo deveria estar gastando PELO MENOS UM TERÇO de sua entrada com os pobres, visto como essa era a exigência sob a lei do dízimo obrigatório. Será que existe alguma igreja que se aproxime disso? Não conheço uma sequer!
Contudo, não é incomum o fato de alguns ministros [eu diria muitos] chamarem seus paroquianos de ladrões, quando estes não entregam o dízimo. Toda a lei ou nada! Os dois únicos exemplos de dízimos antes da lei, em Gênesis, foram voluntários, não rotineiros e baseados na renda. A lei bíblica de dizimar era na base agrária (da terra). Nenhum desses dízimos era dado em dinheiro, conforme geralmente se ensina hoje. As pessoas não deveriam estar “criativamente inventando” uma doutrina ensinando que o dízimo bíblico é dar 10% da renda bruta ou líquida, apanhando e escolhendo qual a parte da lei que elas devem seguir, determinando quantias ou misturando a lei com a graça.
A Bíblia é clara sobre o que era o dízimo, antes e durante a vigência da Lei e como deveria ser manipulado. Um dízimo corresponde a 10%... Mas 10% sobre o que e... como? Se alguém quer ensinar que o dízimo é 10% da renda bruta ou líquida, que NÃO chame isso de dízimo bíblico. E caso seja esse o seu plano, tenha muito cuidado para não colocar pedras de tropeço no caminho das pessoas, pressupondo que o seu plano é a Lei de Deus, resultando em castigo, caso não seja obedecido.
O dízimo não pode ser praticado conforme o foi nos tempos bíblicos, porque a lei do sistema agrário, dos sacrifícios, do cancelamento de dívidas, do Ano do Jubileu e outros fatos inter-relacionados foram todos abolidos. Além disso, as igrejas não têm lei alguma os substituindo, para exigir as responsabilidades comunitárias da distribuição de recursos, conforme o dizimo na lei agrária. Nesse caso, seria melhor deixar inteiramente de lado a palavra “dizimar”, nesta Era da Graça, a fim de evitar a mistura da Lei com a Graça, como tem sido tão comum hoje em dia.
Contudo, isso deve ser difícil em razão da “dizimomania” que tem varrido a terra. Muitos vão acreditar que um “plano de dar” vai assistir, contribuir e ajudar as pessoas a decidir o que é apropriado a dar, o que será brevemente discutido. É mais fácil dar 10% da renda e sentir-se justificado do que viver por fé, buscar santidade e viver baseado nos ensinamentos de Jesus e dos apóstolos.
6 - Controle, ambição ou completa ignorância constituem a motivação por trás de muitas das mensagens atuais sobre o dízimo obrigatório.
O Novo Testamento é claro neste ponto: somos ensinados a dar. Para sermos abençoados devemos dar generosa, alegre e voluntariamente, não por necessidade, mas conforme nossas posses, em espírito de fé, amor e retidão. O Novo Testamento não estabelece claramente, de modo algum, quantia ou porcentagem. Paulo não diz para darmos conforme uma porcentagem, mesmo estando a par do ato de dizimar (1 Coríntios 16:2) [Paulo ordenava que se fizessem as coletas antes dele chegar, o que demonstra a sua preocupação de jamais induzir - com a sua presença - os crentes a darem essas ofertas]. As ofertas recolhidas e registradas no Novo Testamento destinavam-se a suprir necessidade temporária dos irmãos e não como forma de assalariar pregadores.
Várias vezes Paulo comparou o dar voluntariamente com dar fruto e com ofertas queimadas [o seu uso da terminologia do VT (fruto e ofertas queimadas), sem mencionar o dízimo, não poderia ter sido um lapso, em razão de sua ascendência judaica (Filipenses 4:17-18; Romanos 15:26-28)]. A Bíblia ensina a dar, conforme o Senhor nos tem feito prosperar e conforme nossa capacidade e posses (2 Coríntios 8:11; 9:5-13 e Atos 11:29). A palavra “meios” tem o significado grego de “possessão” e “propriedade”. Isso quer dizer que você está dando o que é totalmente seu e não o que se baseia em crediários ou juros.
O dízimo da Aliança baseado na fé abraâmica F.A.C.T. - já sucintamente discutido, pode ser ensinado como uma prática de fé e graça, evitando, contudo, toda controvérsia sobre a mutilada doutrina do dizimar hoje. Por que não se ensina o dizimar dessa maneira? É por causa do controle, da ambição e, algumas vezes, da ignorância. A ignorância corre livre, e fácil e proveitosamente, no sentido de controlar as pessoas através do sentimento de culpa e obrigação. Ao chamar os não dizimistas de ladrões, ou pregar o dízimo junto com a condenação, a obrigação e o medo, com relação a específicas quantias dadas, sem o conhecimento do sacrifício, da fé e dos compromissos (que serão discutidos mais tarde), e a intenção que moveu o doador, é o mesmo que pregar a lei. É também uma pedra de tropeço, sendo, portanto, um pecado. Uma CONTA obrigatória não pode ser “dar” e “Tudo que não é de fé é pecado”, portanto, vamos acabar com a F.I.C.T.I.O.N. (Condenação e Temor Induzidos, o que é Opressor e Negativo). Cristo ensinou que um homem deveria vender tudo que tinha e dar aos pobres (Marcos 10:21), contudo ficou satisfeito quando o outro [Zaqueu] prometeu que daria a metade dos seus bens aos pobres (Lucas 19:1-10), o que mostra claramente que quantias específicas não são importantes para Deus.
A história das duas pequenas moedas da viúva torna meridianamente claro que a relação com o dinheiro, a atitude do doador e o sacrifício é que são importantes. Cristo disse que a viúva havia ofertado mais do que os ricos, apesar dos ricos terem ofertado mais (Marcos 12:41-44). Cristo focalizou claramente o sacrifício feito e não as quantias ofertadas. Os mestres do dízimo obrigatório apelam estupidamente para o fato de que uma pessoa rica poderia dizimar sem fazer sacrifício algum, em razão de sua renda. Para um rico fazer o mesmo sacrifício de uma pessoa pobre, quando esta dá 10%, ele teria de dar 90% ou mais de sua renda. A Bíblia está cheia de admoestações contra a opressão aos pobres. A intricada doutrina do dízimo obrigatório, baseada na entrada da renda, nos dias de hoje, é uma coisa que Deus não iria autorizar, visto como oprime os pobres. Lembrem-se que a lei do dízimo obrigatório não era baseada na entrada da renda, conforme ficou claro na seção 2. Cristo ficou impressionado com o sacrifício feito na oferta e não com as quantias ofertadas. Se uma pessoa rica dá 10% sem sentir sacrifício, o mesmo Cristo, que não se impressionou com as grandes ofertas em Marcos 12:41-44, também não se impressionará com as mesmas ofertas, hoje.
Alguns ensinam, ofensiva e desavergonhadamente, o dizimar como lei. Muitos usam sutis distorções mentais que chegam a esse ponto: “Não, o dízimo não é obrigatório, mas se você é um filho de Deus, vai querer dar 10% de sua renda” ou então usam uma técnica semelhante de obrigação e culpa. A outros dizem que não entreguem o seu dinheiro a alguém em necessidade, mas a “um ministério, onde a unção financeira está fluindo”. É então “sugerido” que sem isso não haverá bênção. Outros ainda têm a desfaçatez de dizer: “Não fui eu quem disse isso, foi Deus”. Um boato aplicado a uma Escritura mal aplicada ou ainda a mal aplicada “maldição de Malaquias”, serão discutidos na seção 10. Outros dizem: “Todo o seu dinheiro pertence a Deus.” Conquanto todas as coisas pertençam a Deus, convém lembrar que Ele também disse: “O trabalhador é digno do seu salário”. E que a Escritura é válida para todos, não somente para os que fazem a obra de Deus. Cristo ensinou que vendêssemos o que temos para dar aos pobres, mostrando a respeito do dinheiro um foco consideravelmente diferente do que demonstram os modernos líderes da prosperidade: “Vendei o que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói. (Lucas 12:33). Enquanto isso, muitos líderes de igreja, hoje em dia, contentam-se em pregar uma mensagem mista, quanto a se o dízimo é ou não é obrigatório [deixando os membros de suas igrejas cada vez mais confusos quanto ao assunto]. Essa FARSA precisa acabar!!!
Alguns chegam ao extremo de ensinar que o dízimo obrigatório é simplesmente uma “janela aberta às bênçãos” e que “dizimar além do dízimo é que produz uma tempestade de bênçãos” [Quem tem medo de tempestades, como eu, continue sendo um crente não dizimista, como eu!].
Com uma média de 30 a 35% de sua renda entregue ao governo, para que este exerça as funções que a igreja não mais exerce, dando mais 10% de dízimos mais ofertas, presume-se que os americanos doem no mínimo 50% de sua renda bruta, conforme a pregação dos mestres do dízimo obrigatório. [No Brasil os impostos do governo já atingem uma faixa de quase 50%. Nesse caso, o brasileiro que entrega o dízimo retém apenas 40% do que ele recebe de renda bruta... Então é o caso de indagar: Deus deseja ver os Seus filhos passando necessidade, enquanto os líderes malaquianos se locupletam de bens?]
O antigo ditado - “Deus não se deixa vencer em generosidade” - é realmente correto. Jamais poderíamos dar mais do que Deus nos dá. Contudo, levar as pessoas a crerem que elas podem dar indiscriminadamente o seu dinheiro para terem suas necessidades miraculosamente supridas, é infantil e, de modo algum, tem respaldo nas Escrituras. Deus deixa bem claro que devemos ser responsáveis e auto-sustentáveis, sem dependermos dos outros. Isso não quer dizer que Ele não abençoe o ato de dar com sacrifício. Ele o faz. Refiro-me ao dar sem responsabilidade, ao dar indiscriminado, manipulado ou impropriamente motivado e coagido.
Certo ministro declarou: “Não vamos permitir que façam trabalho na igreja e também não ordenaremos ao ministério pessoas que não sejam dizimistas fiéis!” Este é um édito feito pelo homem e de modo algum é espiritual. Será que Paulo alguma vez exigiu dinheiro para alguém servir às igrejas? Será que o Novo Testamento tornou o dízimo obrigatório para o exercício de qualquer cargo nas igrejas? [Imaginem Paulo recomendando: Timóteo, antes de Apolo servir à igreja tal, veja se ele é um dizimista fiel!].
Duvido que esses ministros pedintes de dízimos tenham se preocupado em indagar a qualquer uma dessas pessoas do Corpo de Cristo, sobre as suas carências materiais. Parece que a sua única preocupação é com o que estas estariam dando em dinheiro ao “Templo”. Os hebreus sob a lei agrária eram obrigados a declarar, honestamente, que haviam dado o dízimo “aos levitas, aos estrangeiros, aos transeuntes, aos órfãos e às viúvas” (Deuteronômio 26:13-15). [No contexto atual, o crente que reside num prédio de classe média baixa (ou pobre), em vez de dar o dízimo, deveria ajudar os vizinhos mais pobres, uma vez que Paulo diz em Gálatas 5:14: “toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. ]
Será que os defensores do dízimo obrigatório, levam em conta o dinheiro de origem duvidosa, da negligência nos pagamentos, dos compromissos de dizimar, com o crente contraindo dívidas para isso? Todas essas considerações são bíblicas e poderão acarretar a rejeição divina ao dízimo. Não consigo me lembrar de ter uma única vez escutado qualquer mensagem sobre essas considerações bíblicas. A verdade é que muitos ministros do dízimo obrigatório não se importam com a origem “corrupta” do mesmo, contanto que o recebam... Contudo, Deus fica muito mais satisfeito com uma vida HONESTA E RESPONSÁVEL do que com aquele crente que dá, movido pelo temor e deslumbrado com as grandes igrejas!
A lei de dar por obrigação era em geral flexível. Existem muitos exemplos bíblicos com relação ao dar obrigatório, dizendo, por exemplo: “Quem não tiver um touro, pode dar uma pomba; se não tiver uma pomba, que dê uma taça de farinha, etc.” Pelo visto, a lei tinha muito maior consideração às realidades da vida do que muitos pregadores atuais da prosperidade (Ver Levítico 12:6).
Imaginem a situação de duas pessoas vivendo separadas, cada uma ganhando 600 reais por mês. Uma delas não tem despesa alguma para viver, enquanto a outra tem dois paralíticos em casa para serem cuidados. Imaginem outra situação em que duas pessoas ganham 600 dólares por mês. Uma delas mora com os pais, sem pagar aluguel, enquanto a outra mora num apartamento alugado, com três filhos para criar, com um dos filhos deficiente, sem plano de saúde... Pois o dízimo obrigatório ordena que essas pessoas dêem exatamente o mesmo, a fim de não serem amaldiçoadas! [Será que Deus aprovaria isso?] Isso é um absurdo! As despesas de nossa vida devem ser responsavelmente manuseadas, segundo a Escritura e o dinheiro que é gasto com enfermidade ou necessidade certamente faz parte da “obra de Cristo”. Quem diz o contrário é um legalista, sem consideração com o próximo, um imaturo e ambicioso.
Quando satisfazemos as necessidades do outro estamos realizando a obra de Cristo (Mateus 25:31-46). As CEGAS REGRAS DA LEI com relação às quantias, não são o DAR que o Novo Testamento ensina realmente. Quando Cristo e Paulo falam em dar, eles sempre deixam claro que o sacrifício é mais importante do que as quantias (Marcos 12:42-44; 2 Coríntios 8:1-5,12). Cristo nos ensinou a nos libertarmos do dar por obrigação (Mateus 17:24-27).
7 - Deus é Soberano e as recompensas podem não ser vistas, conforme se espera nesta vida.
A história de Jó pode ser resumida em duas declarações:
Primeira, não questionar Deus por causa das coisas ruins que possam acontecer com as pessoas boas. Segunda, não julgar as pessoas em tempos difíceis, porque os caminhos de Deus estão acima da nossa capacidade de compreensão.
Jó deixa claro que muitas vezes as circunstâncias da vida podem não estar completamente relacionadas com ações da pessoa. A vida pode ser cíclica e, algumas vezes, parecer completamente má e injusta. Ensinar que dar é de certa maneira garantir uma situação particular da vida é imaturo e não fundamentado nas Sagradas Escrituras.
O Soberano Senhor pode dar e tomar, independente da pessoa dar ou de sua espiritualidade. A história de Lázaro mostra um homem que viveu e morreu na pobreza e, contudo, foi levado pelos anjos ao seio de Abraão, enquanto o rico foi para o inferno (Lucas 16:19-22). Circunstâncias financeiras da vida não refletem necessariamente a condição espiritual. A Bíblia está repleta de admoestações sobre as armadilhas do dinheiro.
Muitos ensinam que dizimar é uma forma de “proteção ao dinheiro”, que garantirá o dizimista contra prejuízos, acidentes e outras calamidades da vida. Certo pregador disse: “Se eu não dizimasse teria medo de atravessar a rua”. Outro disse: “Sei que posso evitar as calamidades, pois dou o dízimo”. Estes pregadores precisam aprender duas lições. Uma delas é lidar com as realidades, conforme é ensinado na história de Jó. A outra é aprender sobre a vida dos apóstolos e incontáveis outros cristãos, que sofreram através dos tempos, por Deus, pela verdade e pela causa de Cristo. Todos, exceto um deles, foram martirizados. Muitos experimentaram bofetadas, apedrejamentos, naufrágios e outras calamidades e problemas, pois “Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR o livra de todas” (Salmos 34:19). (Ler também Atos 14:22). Muitos dos pregadores “bem vestidos” de hoje são ignorantes. Eles vão aonde são bem recebidos, pagos e aplaudidos e consideram qualquer crítica - válida ou inválida - como “perseguição pela causa de Cristo”. O Cristianismo ao estilo Poliana é imaturo e sempre conduz a problemas. A realidade é que a maioria de todos nós cresce mais com a dor, com as acusações e tribulações, do que com a facilidade, o conforto e as águas plácidas.
Devemos examinar toda a Escritura e não apenas as promessas de prosperidade que gotejam em nossos ouvidos. Paulo diz que Deus nos abençoa com abundância em todas as coisas (Filipenses 4:19), conquanto falando também de receber uma oferta para os cristãos necessitados. Ele jamais sugeriu que esses cristãos tivessem ficado pobres por causa da falta de fé ou da má conduta. De fato, ele até ensina que em outro tempo poderia até ser que esses cristãos doadores pudessem vir a ter necessidade, como os atuais necessitados, mesmo tendo sido abençoados e capazes de levantar oferta, nessa ocasião, e abençoá-los.
Paulo disse claramente que a vida não significa uma bênção financeira atrás da outra, sem jamais acontecer uma carência (2 Coríntios 9:5-13 e 8:13-15). Será possível admitir que Pedro não tivesse fé, nem levasse uma vida correta e bem sucedida, quando disse àquele mendigo: “Não tenho prata nem ouro...” (Atos 3:6)? Será que Maria não tinha uma vida correta? Pois ela teve de levar uma oferta de pobre para ser purificada (Lucas 2:22-24; Levítico 12:6-8). Francamente, acho que se a maioria dos cristãos atuais tivesse de viver, durante um ano, conforme a igreja primitiva viveu ou como viveram os apóstolos, iria se afastar das coisas supérfluas. O mesmo Cristo disse: “Dai e vos será dado” com uma bênção, na ressurreição, à pessoa que deu (Lucas 14:12-14).
8 - Cristo não ensinou a dar 10% da renda de alguém, contudo permanece o princípio de sustentar ministros e igrejas.
Havia um bem estabelecido sistema em vigor, no tempo de
Cristo. Contudo, a única menção direta sobre o dízimo foi feita a um judeu, ainda sob a lei, e o dízimo era em ervas (agrário). NÃO em dinheiro ou lucro pela venda das ervas (Mateus 23:23; Lucas 11:42). Certamente havia um comércio de ervas e condimentos (João 12:5 e Marcos 14:3-5); contudo os dízimos mencionados por Jesus eram claramente dados em ervas e não destas procedentes.
Nesse caso, devemos dizer aos cristãos de hoje que eles devem dizimar com ervas? Ou será que devemos dar um pulo totalmente antibíblico das ervas para os 10% da renda em dinheiro? Cristo também ordenou que alguns realizassem a purificação cerimonial, lavagem dos pés e celebração dos dias santos e das festas judaicas. Então, porque não se exigem mais essas coisas dos cristãos, hoje em dia? [Será porque não dão o mesmo lucro?] Toda a lei ou nada! Nem mesmo nos ensinos aos judeus, Cristo ensinou a dar o dízimo como prioridade para Deus (Lucas 18:9-14), dizendo que havia coisas mais importantes com que se preocuparem (Mateus 23:23). Além disso, considerem-se as várias traduções com referência ao dízimo e observem as significativas mudanças... [Aqui deixo de traduzir as comparações nas várias traduções da Bíblia]. Conquanto os mandamentos para dizimar não existam no Novo Testamento, o princípio de que ministros podem ser auxiliados é uma indisputável doutrina do Novo Testamento (1 Coríntios 9:6-9, 13,14 e Lucas 10:7) Convém notar que às vezes Paulo não se recusou a receber doações, quando achou que o Senhor seria assim mais bem servido. (1 Coríntios 9:13-19). Mas ele sempre trabalhou para se sustentar, assim como os demais ministros de igreja primitiva. Paulo mesmo escreveu: “Porque, vos recordais, irmãos, do nosso labor e fadiga; e de como, noite e dia labutando para não vivermos à custa de nenhum de vós, vos proclamamos o evangelho de Deus”. (1 Ts 2:9). “ jamais comemos pão à custa de outrem; pelo contrário, em labor e fadiga, de noite e de dia, trabalhamos, a fim de não sermos pesados a nenhum de vós” (2 Ts 3:8)”. Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma (2 Ts 3:10).
9. - O Dizimo antes e durante a lei jamais foi o mesmo que oferta das primícias
Muitos mestres do dízimo confundem o dízimo com a oferta das primícias. Por não saberem manejar corretamente a Palavra da Verdade, muitas escrituras com relação a dar as primícias são mal aplicadas, a fim de darem suporte à doutrina do dízimo. A oferta das primícias acontecia quando os israelitas traziam a primeira porção dos frutos colhidos como oferta. Era uma petição pelas colheitas futuras, as quais, então seriam dizimadas. [Era uma forma de promessa de que os dízimos das colheitas seriam entregues]. A oferta das primícias nunca foi dízimo, antes nem durante a vigência da Lei Mosaica.
Deus já não habita em templos. As pessoas é que são a Casa de Deus e o Corpo de Cristo. Mesmo com tanta “revelação” grassando, hoje em dia, na igreja, eles não conseguem entender isso e continuam a buscar no Velho Testamento a [extinta] glória do Templo.
Certa igreja gastou milhares de reais na aquisição de aparelhos eletrônicos de som e em computadores. Mas não pôde ajudar um cristão carente, o qual, por motivo de doença, não dispunha de uma pequena quantia para não perder o seu veículo utilitário. A obra de Cristo e do Corpo de Cristo é mais do que os cofres da igreja e seus edifícios. Ela deve ser compartilhada com as necessidades das PESSOAS, em muitos níveis diferentes, onde quer que estas se encontrem.
Quem gasta dinheiro num ministério de presos, está gastando-o para Cristo. Quem alimenta o próximo faminto, está alimentando a obra de Cristo. Conquanto a igreja local não deva ser negligenciada, não existe qualquer Escritura dizendo que todo o dinheiro destinado a Deus tenha de entrar na igreja, para os cofres dos ministros. Muitos pregadores e igrejas até parecem pensar que o simples fato de dar para o Senhor é dar para eles. Certa vez escutei um deles dizer: “Se alguém à sua esquerda ou à sua direita precisar de pneus ou de muletas para o seu filho, você precisa dar o dízimo, antes de pensar nessas coisas”. [Esse pastor nunca leu ou, se leu, ignora 1 Timóteo 5:8, que diz: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel”]. ... Como se ajudar o irmão ou satisfazer as necessidades da família não fossem a verdadeira obra de Deus! Leiamos a história do Bom Samaritano. Quantos estão pagando aos outros para fazerem a sua obra. Estão pagando aos outros para que esses ministrem em seu lugar. Muitos estão dizimando por medo da ridícula “Maldição de Malaquias”’, deixando o seu vizinho passar necessidade. Eles acham que somente após terem conseguido a sua “chuva de bênçãos financeiras” poderão ajudar os carentes. Essas igrejas procuram ainda a glória do Templo judaico, esquecendo a glória do templo do Novo Testamento... o Corpo de Cristo, que vive e respira.
Muitos “dizimistas fiéis” têm deixado de ajudar um casal de idosos carentes, a fim de darem o dízimo na “igreja”, porque ali sua ação será registrada, enquanto o ato de dar ao próximo ficará em segredo. Contudo Cristo nos mandou dar em secreto. Hoje existem incontáveis gigantescos edifícios eclesiásticos e todo tipo de ministério cristão na Mídia e na Internet, etc. Com toda essa construção de coisas será que o Cristianismo melhorou? Recentemente, quando via um certo programa “cristão” na TV, em casa, precisei desligar o aparelho, quando entrou um descrente, com vergonha da escandalosa petição mercenária de dinheiro. [Por essas e outras é que só ligo a TV para ver o noticiário ou outra programação aceitável, para não precisar “me envergonhar do Evangelho, que antes era o poder de Deus e agora é dos pastores malaquianos”]...
A desculpa é que o mundo não vai escutar a mensagem do evangelho, a não ser que você seja rico e bem sucedido, o que é uma tolice. Cristo não tinha onde reclinar a cabeça e mesmo assim as multidões afluíam para Ele. João Batista vivia como um eremita e mesmo assim as multidões corriam para ele. Muitos cristãos, no Livro de Atos, vendiam o que possuíam, para que as pessoas carentes tivessem o necessário. Mesmo assim, a mensagem deles foi tremendamente bem sucedida. Pelo que sei, nenhum dos apóstolos ficou conhecido como um bem sucedido homem de negócios, mas, mesmo assim, eles entregaram muito bem a sua mensagem.
A Bíblia ensina que nada há de errado com a prosperidade ou o sucesso obtidos, contanto que sejam apropriadamente manuseados. Oro para que os alcancemos através de uma vida limpa, de fé, graça e amor, não pelo temor da lei, da condenação ou da F.I.C.T.I.O.N.
11 - O que significa Dizimar pela Fé embasada no Pacto Abraâmico - F.A.C.T.?
Não se pode colocar a “obra de Deus em primeiro lugar”, negligenciando o pobre e necessitado, as obrigações financeiras, as necessidades familiares e os compromissos assumidos. Quem faz isso não está colocando Deus em primeiro lugar, mas querendo impressioná-Lo, esperando que Ele lhe mande uma “chuva de bênçãos”. Em outras palavras, você está dando para receber... Esse tipo de pensamento impingido pela teologia da prosperidade é imaturo, não bíblico e antiético. Ele não passa de um “jogo cristão”, um câncer que se alastra no Corpo de Cristo...
Deus espera que sejamos financeiramente responsáveis, não estultamente imbuídos desse completo “espírito de jogatina”. (Romanos 13:7-8). Não se pode oferecer a Deus coisa alguma que esteja contaminada por débitos. As doações a Ele devem ser feitas de coisas que nos pertençam ou que tenham sido honestamente adquiridas através de doações (2 Samuel 14:24). Entretanto, raramente se escuta isso dos pregadores da prosperidade. Antes de escolher o método que vou contribuir, as despesas obrigatórias devem ser deduzidas de sua renda bruta. Disso resultará uma média do que se pode pagar. [Exemplo: Recebe em média R$ 1.000 mensais. Quando deduzo as despesas de Plano de Saúde, energia elétrica, telefone, Condomínios, faxineira, prestações, etc. se me sobram apenas R$400,00 para alimentação/medicamentos, por isso entrego R$40,00 à igreja, não como dízimo, mas como ajuda à construção do novo templo. O Governo brasileiro já nos taxa em mais de 37% do nosso ganho; portanto, a igreja não pode receber mais 10% e deixar-nos passando necessidade. Dar uma boa oferta para missões (duas vezes por ano) me dá a maior alegria!]
Se alguém quiser dar 10, 20 ou 30% do que recebe, maravilha! Mas que o dê generosa, alegre e voluntariamente, jamais por temor de maldição. [Contanto que depois não entre no SPC, como certos conhecidos, que eram membros de uma igreja malaquiana (da fé) e se endividaram tanto que vieram pedir meu nome para fazer crediários na cidade – um deles, de um aparelho (R$400). Dei o nome a uma delas... a qual, depois, desistiu de pagar. Mas como é honesta, simplesmente me devolveu o que havia comprado em meu nome, mesmo sem eu exigir]. Somente quem oferta conforme as exigências do Novo Testamento pode candidatar-se às bênçãos divinas [Infelizmente, nas igrejas “avivadas”, costuma-se ver uma porção de crentes ofertando o que têm e o que não têm, visto como os pastores ambiciosos os convencem de que dando 10 Reais, por exemplo, eles vão receber 1.000 Reais de Deus, ou seja, sempre um valor centuplicado, como se Deus costumasse agir no mesmo padrão das loterias da CEF...]
12 - Cuidado com as corrupções nas Bíblias Modernas
No afã de facilitarem a petição de dinheiro, a maioria das Bíblias modernas troca palavras como “ervas” por dinheiro e coisas desse tipo. [Recomendamos o uso da Bíblia King James - para quem saber ler Inglês - e da Bíblia Corrigida FIEL em Português. Essas não fazem sabotagem na Palavra, com o fito de engodar os “ministros cristãos”....] (Esta parte foi resumidamente interpretada porque achei muito complicada).
13 - Outras considerações finais
Estudem e orem bastante sobre este assunto, a fim de se convencerem do mesmo. Não se permitam ficar sob uma condenação desnecessária... “Quando alguém acha que algo é pecado, então para ele é pecado". Porque sua consciência não está esclarecida. Romanos 14 e Mateus 6:2-4 poderão ajudá-los a entender isso e ajudá-los também a lidar com outros itens com referência à lei do dízimo no Pacto, não se deixando influenciar pelo vento de doutrina em vigor.
Podemos contribuir de maneira, voluntária, embasados na fé e na graça, o qual poderia ser ensinado sem a herética subalimentada reconstrução da lei agrária do dízimo ou da mistura da lei com a graça.
O caso é se alguém está realmente dando em obediência a Deus, segundo as exigências do Novo Testamento, fazendo, portanto, a coisa certa, mesmo sem determinar porcentagens. Que os crentes sejam conduzidos pelo Espírito, vivendo corretamente, sendo, sobretudo, generosos, segundo o mandamento de Cristo, amando o próximo e socorrendo os que verdadeiramente são necessitados. Que não encontrem neste estudo desculpa para se tornar avarentos.
Conquanto alguns - que pregam o dízimo obrigatório - possam dizer que “não temos revelação”, muitos encontrarão a verdade neste documento. Outros que pregam o dízimo obrigatório poderão ver a verdade neste documento, quando caírem em desgraça, sofrerem calamidades, ou algo que os torne menos egoístas e interessados em objetivos, ou que estejam se aproximando da morte.
Estejam certos de que estou ... crendo nas bênçãos divinas. Pessoalmente tenho experimentado milagres da providência e provisão de Deus. Talvez vocês perguntem: “Por que, então você toma agora essa posição?” Posso responder com uma palavra apenas - MATURIDADE.
Que a Igreja de Deus possa manejar corretamente a Palavra da Verdade, sem jamais ultrapassar o que nela está escrito e NUNCA praticar uma doutrina que misture a lei com a graça.
Palavras de Russel Kelly, autor do livro “Should the Church Teach Tithing?” (Deveria a Igreja Ensinar o Dízimo?) a Richard Wayne Garganta:
Aprecio este artigo escrito sobre o dízimo. Concordo 95%, o que é ótimo para mim. Minha tese de 364 páginas de doutorado PHD engloba a maior parte dos seus pontos em detalhe. (Checar os pontos em revista no amazon.com). Só discordo com a afirmação de que o dízimo de Abraão foi baseado na fé e foi voluntário. A Bíblia não diz isso, embora muitos tenham assumido ser esta a verdade. Minha pesquisa em Gênesis 14:21, não 14:20, me fez chegar à conclusão de que Abraão parece ter pagado os despojos de guerra em vista da TRADIÇÃO CANANITA DE OBRIGATORIEDADE, a qual podemos comprovar que tem continuado a existir pelo mundo, até o dia de hoje. Visto como a sua definição “agrária” do dízimo é a única de fé verdadeira, não deveria a palavra ser usada com outra definição – independente de quão sincera a pessoa fosse. Tenho muito o que compartilhar com você, caso esteja interessado.
Passei mais e dez anos fazendo pesquisa para escrever o meu livro. As. Russel Kelly.
Rabino Robert Alput - “Dizimar no sentido de colheitas, certamente já não se faz. Claro que os judeus são encorajados a fazer caridade (tzedakkab). Se eles dão 10% ou mais, isso é com eles, com Deus e com os seus contadores”.
Zola Lewitt - O dízimo para os cristãos de hoje? Dizimar era parte da Lei de Moisés, sob a economia legal de Israel e não se aplica à igreja hodierna, visto como vivemos sob a graça e não sob a lei (Romanos 6:14 e 10:4).
Então, temos a obrigação de “apresentar os nossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o nosso culto racional. E não sermos conformados com este mundo, mas sermos transformados pela renovação do nosso entendimento, para que experimentemos qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deu” (Romanos 12:1-2).
O Novo Testamento ensina a dar conforme o que temos e não o que não temos. (2 Coríntios 8:12). Se pudermos dar apenas 1%, que assim seja. Não é quanto damos que importa a Deus, mas a atitude e a motivação com que o fazemos. Essa é a preocupação do NT com respeito a dar, em vez de medir a quantia que é dada (2 Coríntios 8-9).
A Concordância Greco-Hebraica de Estudo da Bíblia da Versão BKJ (The Hebrew-Greek Key Word Study Bible) oferece uma nota explicativa sobre Malaquias 3:7-15: “Esta passagem é muito usada pelos que advogam o ‘dizimar para manter a minha casa’, ou seja, ‘Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa’ (no caso, a igreja local), em vez de se levar a outro local. Eles sugerem que os donativos aos ministérios deveriam ser além do “dízimo”. Certamente “a casa do tesouro” de Malaquias significa o Templo ou algum anexo do mesmo. Contudo, o dízimo do Velho Testamento - ou 10% - não poderia ser razoavelmente equiparado com os 10% do salário ou renda bruta que a maioria das pessoas recebe hoje em dia. Acima de tudo, o ato de dar deveria ser um assunto entre o Espírito Santo e o crente, jamais uma regra estabelecida. Ele pode ser um guia adequado para determinar quanto as pessoas podem dar (de fato, para muitos numa sociedade próspera este nível pode até ser adequado), mas a quantia a ser dada deve ser uma decisão pessoal. O Apóstolo Paulo escreveu que Deus examina a motivação para dar e não a quantia (2 Coríntios 9:7). Ele diz ainda que as igrejas estão gastando cada vez mais do seu orçamento, com itens como construções, assalariados, cadeiras de teatro, ampliação de sistemas sonoros, ao mesmo tempo em que cortam despesas nos fundos para os programas de assistência social. Também convém notar que muitos dos ministérios que se recusam a mostrar a completa contabilidade financeira são aqueles cujos mestres são mais enfáticos no dízimo obrigatório.
Opinião de Richard Wayne Garganta - Muitas pessoas que criticam os pregadores, chamando-os ambiciosos coletores de dinheiro, são, elas mesmas, atormentadas pela mentalidade do “dar para receber”. Também existem pregadores de fé e homens confiáveis. Existem os mestres do sucesso, mas também os que pregam a mensagem do Evangelho. Os leitores bem esclarecidos poderão saber a diferença entre eles.
Richard Wayne Garganta - “The Truth About Tithing” - “richardinri@aol.com)
Tradução e comentários de Mary Schultze, 03/07/2006.